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“A cardiomiopatia dilatada atinge com frequência cães de raças grandes e gigantes, de meia-idade ou mais velhos. Nela, o coração perde a capacidade de se contrair de forma eficaz, e dilata”, explica o veterinário Bruno Gonzaga. Ele destaca também a incidência elevada de mixomatosa de válvula mitral, “quando há alteração nas válvulas que separam o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo”.
Há sintomas genéricos, que apontam para o diagnóstico de várias cardiopatias. Entre cães adultos, são: tosse, perda ou ganho de peso, desmaios e intolerância a exercícios. Os filhotes podem apresentar baixo desenvolvimento em relação ao resto da ninhada, além de tosses e desmaios. O poodle Billy é um caso clássico de cão com problemas cardíacos. Ele tem 14 anos e seis meses e foi diagnosticado com cardiomiopatia dilatada em 2012.
A dona do animal, Flávia Krupp, 32 anos, conta que ele apresentava tosse fora do normal. Flávia e Billy moravam no Tocantins e procuraram um veterinário por lá. “Era uma tosse muito estranha. Levamos o Billy em um veterinário e ele disse que era um mal comum em razão da idade e que ele não ia durar muito tempo. No desespero, contratamos outro veterinário”, relata.
Flávia se mudou para Brasília e, aqui, o cão pôde fazer exames com equipamentos mais modernos. O diagnóstico foi cardiomiopatia dilatada. “Ele tem um lado do coração comprometido”, esclarece a dona. Com a medicação correta, a rotina do pet mudou completamente. Ele passeia sempre, não pode se estressar, quase não convive com outros animais e toma remédio duas vezes ao dia. “Agora, ele tem uma qualidade de vida ótima”, resume.
Algumas mascotes já nascem com problemas. “A tetralogia de Fallot é um exemplo. É um problema genético, não hereditário”, explica o veterinário Rafael Souza. As raças propensas são: buldogue inglês, schnauzer, poodle, collie, pastor de shetland e fox terrier. Rafael alerta ainda para a chamada persistência do ducto arterioso, mal congênito que afeta principalmente cães. “Trata-se de um vaso sanguíneo que normalmente deve ser fechado após o nascimento, mas que, por diversos fatores, permanece aberto, causando problemas na circulação sanguínea. A solução é cirúrgica”, explica.
Diagnóstico
Como a maior parte das doenças são morfológicas, os exames de imagem (ecodoppler do coração e eletrocardiograma) são efetivos no diagnóstico. O médico veterinário Carlos Morris destaca a importância dos exames preventivos. “É importante ressaltar a detecção precoce. Não há como exagerar nesse sentido, principalmente em se tratando de cães adotados (cuja linhagem não é conhecida). É importante saber se o cão tem predisposição para cardiopatias”, explica. Por isso, criadores costumam investir matrizes e seleção de filhotes.
Uma vez detectado o problema, não há motivo para alarme. “O estilo de vida tem muito impacto. Animais com bom condicionamento físico, que nunca foram obesos nem magros demais, podem encarar as doenças com mais facilidade”, enfatiza Morris. Todo animal cardiopata corre grande risco de morte, mas a sobrevida pode ser administrada com qualidade.
E os felinos?
Os gatos devem passar por exames periódicos para identificar possíveis doenças cardíacas. Entre eles, a doença mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica, caracterizada por um espessamento anormal (hipertrofia) das paredes do coração. Geralmente, atinge gatos de meia idade. Esses felinos terão a saúde monitorada por toda a vida.
Doenças do coração
Em cães
- valvular crônica
- cardiomiopatia dilatada
- persistência de ducto arterioso
- displasia de tricúspide
- estenose valvular
- endocardiose
Em gatos
- cardiomiopatia hipertrófica
- cardiomiopatia dilatada
Raças mais propensas
- poodle
- pug
- shih-tzu
- boxer
- yorkshire
- maltês
- lulu da pomerânia
- springer spaniel
- sheepdog
Sintomas
- tosse
- palidez
- alguns bichos podem apresentar desmaios e/ou convulsões
- inchaço no abdômen
- dificuldade respiratória
- perda de apetite e/ou perda de peso
- intolerância ao exercício (cansaço)
- língua roxa