Estrela de X-Men, Hugh Jackman - que ano passado usou as redes sociais para chamar atenção para o câncer de pele que o acometeu – publicou uma imagem em seu perfil no Twitter em que disse: “Eu aceito o desafio de @sambranson. #feelingnuts é para sensibilizar sobre o câncer de testículo e nomeio @ActuallyNPH @michaelstrahan @rickygervais”. A foto é de 1º de outubro e, ao que parece, a campanha ainda não vingou. Difícil de serem mobilizados, o Saúde Plena já mostrou que a prevenção não faz parte do vocabulário do homem brasileiro (relembre).
Oncologista clínico da Oncocentro BH, Luiz Flávio Coutinho acredita que qualquer campanha que promova o acesso à informação é válida. O especialista explica que, ao contrário do câncer de mama, para o câncer de testículo não existe um programa de rastreamento preconizado. “O autoexame é importante, mas não existe uma frequência determinada”, explica.
O oncologista chama atenção para o fato de a incidência do tumor ser mais comum em homens jovens, entre 15 e 35 anos. “O principal sintoma é o nódulo ou o inchaço no testículo”, alerta. Segundo ele, 60% dos nódulos são indolores e 40% são acompanhados de dor na região do períneo.
Sobre o câncer de testículos, é importante que se saiba que, se detectado no início, a chance de cura é de 99,5%. O fator de risco mais conhecido é a criptorquidia, quando, na infância, a descida dos testículos não ocorrem normalmente para a bolsa escrotal. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta ainda o histórico familiar desse tumor e lesões e traumas na bolsa escrotal como razões para uma atenção maior com a doença.
O tratamento vai depender da fase em que o tumor é detectado. “Faz-se uma cirurgia chamada orquiectomia. Em estágios mais avançados, pode ser necessário também a quimioterapia ou radioterapia”, detalha o médico.
Sobre a possibilidade de infertilidade, Luiz Flávio Coutinho explica que ter a doença já é um fator de risco. “Se o homem for fértil, congelamos os sêmens antes de iniciar o tratamento”, diz.
Para o oncologista, se o homem perceber qualquer nódulo deve procurar um urologista. O diagnóstico é feito com ultrasson do testículo. “Não se faz biópsia, vai direto pra cirurgia”, explica. Segundo o INCA, o tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens.
COMO FAZER O AUTOEXAME DOS TESTÍCULOS
(Fonte: Instituto Nacional do Câncer)
O que procurar?
• Qualquer alteração do tamanho dos testículos
• Sensação de peso no escroto
• Dor imprecisa em abdômen inferior ou na virilha
• Derrame escrotal, caracterizado por líquido no escroto
• Dor ou desconforto no testículo ou escroto
Como fazer?
1) De pé, em frente ao espelho, verifique a existência de alterações em alto relevo na pele do escroto.
2) Examine cada testículo com as duas mãos. Posicione o testículo entre os dedos indicador, médio e o polegar. Revolva o testículo entre os dedos; você não deve sentir dor ao realizar o exame. Não se assuste se um dos testículos parecer ligeiramente maior que o outro, isto é normal.
3) Ache o epidídimo - pequeno canal localizado atrás do testículo e que coleta e carrega o esperma. Se você se familiarizar com esta estrutura, não confundirá o epidídimo com uma massa suspeita. Os tumores malignos são freqüentemente localizados lateralmente aos testículos, mas também podem ser encontrados na porção ventral.