As diretrizes mundiais sobre o tema indicam a perda gradual de gordura para evitar que os quilos eliminados sejam recuperados rapidamente na manutenção. Entretanto, os pesquisadores não observaram diferenças significativas de ganho de peso após o emagrecimento em pessoas que fizeram dietas mais restritivas e em indivíduos que seguiram um planejamento menos radical.
A equipe acompanhou 200 adultos, divididos em dois grupos. O primeiro, submetido a uma dieta de 450 a 800 calorias diárias, foi incentivado a perder 12,5% da massa corporal em 12 semanas. O segundo grupo foi instruído a ingerir mais calorias para eliminar o mesmo percentual ao longo de 36 semanas. Os autores constataram que oito em cada 10 pessoas do primeiro grupo alcançaram o objetivo. Na turma moderada, porém, só 50% atingiram a meta.
Os resultados também indicaram que o abandono do programa de emagrecimento foi menor na dieta radical. Segundo os autores, esse dado sugere que resultados mais rápidos podem deixar os pacientes mais otimistas, favorecendo a mudança de comportamento. Além disso, as dietas restritas têm regras fáceis e são mais simples de se manterem.
Alerta
Após analisar o estudo, Marcus Dantas, especialista em obesidade e cirurgião bariátrico, destaca que os pacientes do programa rápido receberam um suplemento alimentar ainda não comercializado no Brasil e desenvolvido para suprir as necessidades do organismo. “O que não acontece em dietas caseiras de baixa caloria. Essas podem colocar a saúde do paciente em risco”, avisa. “Para aderir a uma dieta radical, de pouca caloria, é necessária a supervisão de nutricionista e endocrinologista.” Maria Edna de Melo, membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), acrescenta que dietas restritas costumam ser feitas durante pouco tempo. “E as pessoas tiveram acompanhamento”, lembra. “Grávidas e crianças devem evitar (essa estratégia).”