A situação tem se tornado comum no ambiente de trabalho e em rodas sociais. Mesmo dormindo a mesma quantidade de horas, a pessoa se queixa de cansaço, fadiga e sono. Por conta disso, dores no corpo começam a aparecer. A boca está frequentemente seca e os olhos fundos. Será uma virose ou uma gripe? Segundo o otorrinolaringologista Richard Voegels, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, nenhum dos dois. A “doença” da vez chama-se tempo seco.
Quando a umidade do ar fica abaixo de 30% - índice mínimo considerado satisfatório pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – a disposição e a qualidade do sono, podem ser afetadas, e por isso, surgem os sintomas. Em agosto, a umidade relativa do ar em Belo Horizonte chegou a ficar abaixo de 18%, o que pode ter tornado os problemas ainda mais graves. “Quando o ar está muito seco, ele chega mais seco no pulmão e a qualidade do sono fica pior”, explica Voegels.
Ele diz ainda que o ideal é que o ar que respiramos chegue ao pulmão quente e úmido, pois isso melhora a oxigenação do sangue, melhorando também nossa disposição. Quando o contrário acontece, o corpo tende a ficar mais fraco, facilitando o aparecimento de infecções nas vias respiratórias.
“Pode ser uma tosse, uma alergia, uma irritação, uma série de espirros”, diz. Nenhum desses sintomas, no entanto, indicariam, necessariamente, uma doença. Segundo Voegels, podem ser apenas reflexos do ar seco. Neste caso, ele aconselha a ingestão frequente de líquidos, lavar o nariz com soro e, se possível, colocar um umidificador de ar no ambiente. “Uma dica para saber se você está bem hidratado é observar a urina: se ela estiver clara, está tudo bem”, finaliza.