A proporção de casos positivos identificados corretamente foi de 73%, enquanto a sensibilidade aos negativos foi de 98%. A eficácia foi maior quando a análise envolveu a primeira urina do dia. “A detecção dos HPV na urina é um método não invasivo, de fácil acesso e mais aceitável para as mulheres”, ressaltara ou autores, no texto publicado no site da revista British Medical Journal.
Para os cientistas, com o exame da urina, pode ser possível melhorar a detecção da presença do HPV em mulheres reticentes a se submeter ao papanicolau. No comentário que acompanha o estudo, eles também indicam que o teste pode representar uma alternativa “benéfica e barata” para países com carências na infraestrutura de saúde. Ainda assim, eles reconhecem que os resultados do estudo devem ser interpretados com prudência devido às variações existentes entre o experimento e a ausência “de um método uniforme de detecção do HPV na urina”.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 100 tipos de HPV, vírus capaz de infectar a pele e as mucosa. Desses, aos menos 13 são considerados oncogênicos, sendo que, nesse grupo, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos.