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Para chegar a essa conclusão, eles separaram camundongos em três grupos: um teve a água potável suplementada com glicose e adoçante (sacarina, aspartame ou sucralose), outro bebeu apenas água e o terceiro, água com açúcar. Após analisar os efeitos da dieta na flora intestinal dos bichos, a equipe descobriu que os adoçantes alteraram a composição dos micróbios intestinais, provocando alterações no metabolismo energético.
“Decidimos testar essa hipótese porque vários estudos já relacionaram alterações na microbiota intestinal com distúrbios metabólicos, como obesidade e diabete”, explicou Eran Segal, um dos coordenadores do estudo, durante coletiva de imprensa. Segundo Segal, boa parte desse produto não é digerida. Mas quando chega ao intestino, cheio de bactérias, pode “metabolizar coisas que o organismo humano não metaboliza”.
Os cientistas não investigaram por que ocorre esse efeito negativo na flora intestinal, mas levantam duas hipóteses: os adoçantes podem induzir uma vantagem competitiva em algumas bactérias ou são tóxicos para alguns micro-organismos. De acordo com o artigo publicado na edição desta semana da Nature, foram detectadas associações similares às ocorridas nos ratos em seres humanos após a ingestão de adoçantes. Participaram do experimento 381 voluntários não diabéticos, sendo que 172 tiveram a composição da flora intestinal avaliada.
Segal ponderou que os resultados não são conclusivos e que a relação entre a ingestão de adoçantes artificiais e o desenvolvimento de problemas metabólicos precisa ser melhor investigada. “Nosso estudo não é definitivo em sua conclusão para os humanos, mas revela que se trata de um assunto não resolvido e que deveria ser analisado de novo, pois deixamos claro que os adoçantes podem ter um efeito diferente nas pessoas.”