De acordo com ela, a diminuição dos casos depende da modificação de comportamentos individuais e não de alterações de fatores externos como são o caso de doenças como o cólera, que dependem de infraestruturas de saneamento. "É preciso mais dedicação, cada indivíduo é um caso, é um processo longo", avisa.
Por outro lado, os profissionais de saúde devem estar atentos aos rumores que, em muitos casos, refletem o medo das populações. Na Guiné-Conacri, os voluntários foram acusados de pulverizar o ebola e foram atacados por moradores quando, na realidade, estavam espalhando cloro para desinfetar uma casa onde vivia um homem infectado.
As organizações humanitárias também foram acusadas de recolherem órgãos e os venderem, porque as famílias não podiam ver os pacientes, nem assistir aos funerais, explicou Amanda McClellad.
Para ela, as mensagens e as operações devem ser adaptadas conforme os valores culturais e os rumores nas diversas regiões. No centro de tratamento onde trabalhou Amanda, em Freetown, Serra Leoa, foi construído um espaço onde as famílias podiam rezar e acompanhar os funerais, acabando assim com alguns mitos como o tráfico de órgãos.
Desde março, a Federação Internacional da Cruz Vermelha trabalha em 13 países: Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Costa do Marfim, Mali, Senegal, Camarões, Benim, Togo, Chade, Republica Centro Africana e Gâmbia.
Desde o início do ano, a epidemia causou cerca de 2,5 mil mortes entre os cinco mil casos registrados, a maior parte concentrados em três países da África Ocidental, segundo o último levantamento da Organização Mundial da Saúde.