A cegueira noturna não dificulta apenas enxergar durante a noite ou em lugares mais escuros. A visão de pacientes com nictalopia também demora mais para se acostumar ao passar de locais bem iluminados para a penumbra. A sensação de estar vendo o mundo por um binóculo, com uma visão “tubular”, também é comum. Embora o sintoma não incomode tanto assim, é importante investigar o motivo do problema. Algumas doenças que têm a nictalopia como sintoma, como a retinose pigmentar, podem evoluir para catarata, edema macular, alterações de campo visual e piora da visão central nos casos de doença agressiva, segundo Kniggendorf. “A deficiência de vitamina A pode levar também a um olho seco severo, podendo causar úlcera de córnea.”
Segundo Rafael Eidi Yamamoto, oftalmologista do Visão Institutos Oftalmológicos, a cegueira noturna está mais para sintoma do que para doença. Por isso, reforça: é imprescindível procurar um especialista para saber o que está acontecendo. “O diagnóstico é importante porque muitas distrofias têm tratamento. Uma catarata que evolui, por exemplo, pode levar à cegueira completa.” Yamamoto conta que é comum pacientes chegarem ao consultório reclamando de visão turva ao entardecer. Porém, ele explica que, no caso de míopes ou astigmáticos, o sintoma é normal e não necessariamente indica algo mais sério. “O problema, na verdade, não é na retina, porque problemas retinianos são fixos, ocorrem independentemente da hora do dia”, justifica. O médico explica que a miopia e o astigmatismo causam a cegueira noturna porque à noite as pupilas se dilatam. “Isso faz com que as aberrações da córnea fiquem mais visíveis.”