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No dia seguinte, um grupo de garotos apareceu na aula com as cabeças raspadas e inspirou os demais. As meninas cortaram as madeixas e as doaram para Instituto Nacional do Câncer (Inca). “Queríamos que ela se sentisse acolhida, que entrasse no trabalho e se sentisse confortável, que não estaria diferente de todos, pois uma hora ela teria que cortar o cabelo”, contou a aluna Bruna Seon. “Como temos os cabelos muito maiores decidimos que se iríamos cortar era melhor doar os cabelos”, explicou ela.
Norma começa a quimioterapia amanhã (12). “Amanhã acho que vai cair a ficha. Está começando a me dar um medo do início [do tratamento], mas essa força deles está me ajudando muito. Queria continuar trabalhando, mas não sei se conseguirei”, comentou ela que disse que sentirá falta da rotina da sala de aula e do contato com os alunos.
Para o coordenador do ensino médio, Anselmo Martins, mais do que solidariedade, o gesto dos alunos foi de generosidade. “Por isso não proibi, apenas disciplinei e determinei uma sala onde eles poderiam usar. Um cortava o cabelo do outro. As meninas, nesse primeiro momento cortaram e somente em casa ajeitaram [o cabelo]”, explicou ele.
A supervisora da área de ações voluntárias do Instituto, IncaVoluntário, Angélica Nasser, explicou que os cabelos serão transformados em perucas pela loja Varanda do Cabelo e o IncaVoluntário fará a distribuição aos pacientes. “Temos um banco de empréstimos de peruca e disponibilizamos para todos os pacientes em tratamento no instituto. Não apenas perucas, como também lenços e chapéus”, esclareceu ela. “Recebemos perucas prontas e material de higiene pessoal, além de alimentos não perecíveis”.