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“Trata-se, muito provavelmente, de uma reação de ansiedade após a vacinação”, explicou a médica, com base nos sintomas apresentados pelas meninas. Segundo Helena, tal reação já ocorreu com vacinas injetáveis usadas em outros países. Quando a adolescente sabe que vai se submeter à aplicação da vacina, o organismo acaba tendo uma reação.
As 11 meninas apresentaram dor de cabeça, tontura e fraqueza duas horas após a vacinação, na Escola Estadual Willian Aureli. Levadas para um pronto-socorro municipal, oito delas foram liberadas logo em seguida. A evolução do quadro das que tiveram alta continua sendo monitorada pela equipe de vigilância em saúde do local.
Com sintomas um pouco mais acentuados, três das garotas foram transferidas para o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, e estão passado bem, disse Helena Sato. “Elas estão bem e não há risco algum de paraplegia, como chegou a ser veiculado”, afirmou a médica, lembrando que que a segunda etapa da campanha nacional de vacinação, iniciada no último dia 1º, imunizou em cinco dias 20 mil meninas no estado de São Paulo.
“É muito importante a vacinação porque é um meio eficaz de proteção contra o câncer do colo do útero”, alertou Helena. De acordo com a médica, o problema em avaliação é bem pontual, só ocorreu nessa escola.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o que aconteceu, muito provavelmente, foi de fato uma síndrome de estresse pós-vacinação .“O medo da injeção pode ser a causa dos sintomas relatados, de formigamento e redução da força, mas, do ponto de vista neurológico, não há nenhuma lesão.”
Jarbas Barbosa informou que vacinas do mesmo lote das aplicadas na escola de Bertioga foram distribuídas em vários outros lugares e, em nenhum deles, houve relato semelhante ou que indicasse a necessidade de suspensão das aplicações. Desde a primeira etapa da campanha, em março, até agora, foram vacinadas no país 4,5 milhões de adolescentes. No mundo, esse número ultrapassa a 50 milhões.