O tratamento previsto no Reino Unido para o menino Ashya King de seu câncer cerebral o teria transformado num "vegetal", afirmou nesta quarta-feira seu pai, Brett King, explicando os motivos que levaram a família a deixar o país sem autorização médica. "Os médicos sabiam que íamos embora, mas não queriam nos ajudar em nada", afirmou o pai em Sevilha, durante uma escala em sua viagem para Málaga, onde o filho está hospitalizado desde que os pais foram detidos no sábado em virtude de uma ordem emitida pela polícia britânica.
King atendeu a imprensa no escritório de seu advogado para apresentar sua versão do rocambolesco caso que agora parece ter chegado a seu fim. "Vim para cá, para a Espanha, para vender uma casa e pagar o tratamento particular para meu filho", afirmou. "Os médicos na Inglaterra disseram que não iam arcar com o tratamento, mas sabiam que eu pagaria quando tivesse vendido minha casa", enfatizou. "A polícia não sabia disso e nos perseguiu, nos prendeu e disse que éramos criminosos, quando apenas tínhamos o interesse de nosso filho e seu bem-estar na cabeça", lamentou ainda. "Estamos agora muito melhor que antes, a caminho de ajudar nosso filho", prosseguiu, depois de agradecer ao primeiro-ministro David Cameron pelo apoio para que saíssem da prisão.
"Não passamos um só minuto na prisão sem morrer de vontade de ver Ashya. Minha mulher chorava o tempo todo em sua cela. Eu ia pedir para mudar de cela porque estava preocupado e a ouvia chorar sem poder fazer nada", contou King. A justiça espanhola ordenou na noite de terça-feira a libertação imediata dos pais de Ashya King, anúncio feito após a decisão da justiça britânica de retirar o mandado de prisão contra o casal, preso no sábado no sul da Espanha para onde levou filho de 5 anos para tratar de seu tumor cerebral.
Desta forma, Brett King, de 51 anos, e Naghemeh King, de 45, puderam deixar a prisão de Soto del Real, em Madri. A promotoria britânica decidiu arquivar o processo para que o casal pudesse se reunir com seu filho no hospital em Málaga (sul da Espanha). "Ficou provado que o senhor e a senhora King tomaram precauções para proteger a saúde de Ashya", acrescentou a promotoria, garantindo que não irá tomar novas medidas contra o casal.
Os pais do pequeno britânico o tiraram na quinta-feira de um hospital em Southampton (sul da Inglaterra), descontentes com o tratamento que o jovem recebia e com o objetivo de levá-lo para a República Tcheca, onde teria acesso a uma terapia menos agressiva do que a radioterapia. Mas ao chegarem na Espanha, onde tentariam vender uma propriedade para custear o tratamento, os pais de Ashya King foram detidos a pedido das autoridades britânicas. Depois da detenção ocorrida no sábado no sul da Espanha, os pais de Ashya compareceram na segunda-feira a uma audiência.
Ambos não aceitaram ser entregues às autoridades britânicas, que haviam alertado a Interpol sobre sua fuga, afirmando temer pela vida de Ashya King, operado recentemente e que depende de uma sonda nasogástrica para sua alimentação.
Falta de informação
Embora inicialmente o caso tenha sido registrado como um sequestro que colocava em risco a vida da criança, a opinião pública britânica logo voltou-se contra o que considerou um excesso de zelo policial e médico, e até mesmo o primeiro-ministro David Cameron expressou apoio aos pais. "Fico feliz em saber que a ordem de prisão contra os pais de Ashya King foi retirada. É importante que a criança receba tratamento e o amor de sua família", escreveu Cameron no Twitter após saber da decisão da promotoria.
A polícia, muito criticada, também saudou a decisão da promotoria e, implicitamente, acusou o hospital de Southampton onde Ashya estava internado. A promotoria "tomou a decisão correta ao retirar a ordem de detenção europeia", declarou Simon Hayes, comissário-geral da polícia do condado de Hampshire, onde o caso teve início.
A polícia disse na quinta-feira que a criança estaria em perigo se não recebesse atendimento médico diário e se a bateria da sonda que o alimenta se esgotasse. Mas o irmão de Ashya, Naveed, divulgou um vídeo no qual detalha todas as precauções tomadas para a viagem da criança. "A vida da criança não esteve em perigo em momento algum. O pai sabe controlar perfeitamente a máquina que o alimenta", afirmou seu advogado espanhol, Juan Isidro Fernández Díaz.
King atendeu a imprensa no escritório de seu advogado para apresentar sua versão do rocambolesco caso que agora parece ter chegado a seu fim. "Vim para cá, para a Espanha, para vender uma casa e pagar o tratamento particular para meu filho", afirmou. "Os médicos na Inglaterra disseram que não iam arcar com o tratamento, mas sabiam que eu pagaria quando tivesse vendido minha casa", enfatizou. "A polícia não sabia disso e nos perseguiu, nos prendeu e disse que éramos criminosos, quando apenas tínhamos o interesse de nosso filho e seu bem-estar na cabeça", lamentou ainda. "Estamos agora muito melhor que antes, a caminho de ajudar nosso filho", prosseguiu, depois de agradecer ao primeiro-ministro David Cameron pelo apoio para que saíssem da prisão.
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Desta forma, Brett King, de 51 anos, e Naghemeh King, de 45, puderam deixar a prisão de Soto del Real, em Madri. A promotoria britânica decidiu arquivar o processo para que o casal pudesse se reunir com seu filho no hospital em Málaga (sul da Espanha). "Ficou provado que o senhor e a senhora King tomaram precauções para proteger a saúde de Ashya", acrescentou a promotoria, garantindo que não irá tomar novas medidas contra o casal.
Os pais do pequeno britânico o tiraram na quinta-feira de um hospital em Southampton (sul da Inglaterra), descontentes com o tratamento que o jovem recebia e com o objetivo de levá-lo para a República Tcheca, onde teria acesso a uma terapia menos agressiva do que a radioterapia. Mas ao chegarem na Espanha, onde tentariam vender uma propriedade para custear o tratamento, os pais de Ashya King foram detidos a pedido das autoridades britânicas. Depois da detenção ocorrida no sábado no sul da Espanha, os pais de Ashya compareceram na segunda-feira a uma audiência.
Ambos não aceitaram ser entregues às autoridades britânicas, que haviam alertado a Interpol sobre sua fuga, afirmando temer pela vida de Ashya King, operado recentemente e que depende de uma sonda nasogástrica para sua alimentação.
Falta de informação
Embora inicialmente o caso tenha sido registrado como um sequestro que colocava em risco a vida da criança, a opinião pública britânica logo voltou-se contra o que considerou um excesso de zelo policial e médico, e até mesmo o primeiro-ministro David Cameron expressou apoio aos pais. "Fico feliz em saber que a ordem de prisão contra os pais de Ashya King foi retirada. É importante que a criança receba tratamento e o amor de sua família", escreveu Cameron no Twitter após saber da decisão da promotoria.
A polícia, muito criticada, também saudou a decisão da promotoria e, implicitamente, acusou o hospital de Southampton onde Ashya estava internado. A promotoria "tomou a decisão correta ao retirar a ordem de detenção europeia", declarou Simon Hayes, comissário-geral da polícia do condado de Hampshire, onde o caso teve início.
A polícia disse na quinta-feira que a criança estaria em perigo se não recebesse atendimento médico diário e se a bateria da sonda que o alimenta se esgotasse. Mas o irmão de Ashya, Naveed, divulgou um vídeo no qual detalha todas as precauções tomadas para a viagem da criança. "A vida da criança não esteve em perigo em momento algum. O pai sabe controlar perfeitamente a máquina que o alimenta", afirmou seu advogado espanhol, Juan Isidro Fernández Díaz.