
saiba mais
-
Cientistas encontram bactéria intestinal que evita alergias alimentares
-
Anvisa fará consulta pública sobre rótulos de alimentos que provocam alergia
-
Pesquisadores conseguem combater alergia a amendoim entre crianças
-
#põenorótulo: campanha exige clareza nos rótulos de alimentos e tem adesão de famosos

Em nota ao Saúde Plena, a Secretaria Municipal de Saúde disse: “Enquanto o fornecimento não estiver regularizado, o usuário da dieta pode ser reavaliado pelo nutricionista do seu centro de saúde de referência, para que tenha uma dieta alternativa, que reponha suas necessidades nutricionais”. Chyntia Araújo rebate: “Meu filho precisa desse leite, ele está em fase de desenvolvimento cognitivo e as necessidades dele não serão supridas por leite vegetal como o de arroz ou de amêndoa. Talvez até seja possível em caso de crianças maiores que já têm uma alimentação mais ampla”, afirma.

Presidente da Sociedade Mineira de Pediatria e especialista em alergia e imunologia geral e pediátrica, Rachel Pithcon explica que a alergia à proteína do leite de vaca tem diagnóstico difícil por que são quatro subtipos. “Nos casos mais graves, a criança não pode ter contato com nenhuma molécula do leite de vaca, inclusive sob risco de vida”, explica. A alergia à proteína do leite de vaca pode ser manifestada também através de refluxo, vômitos, doenças de pele ou respiratórias. “Outro tipo são as gastrointestinais que podem levar à desnutrição da criança que perde muita proteína através das fezes”, observa. A pediatra explica ainda que a alergia é um processo dinâmico que vai mudando as características ao longo da idade. “Ao longo da vida da criança, o quadro pode evoluir para uma dessensibilização à proteína do leite. Quanto mais grave a alergia mais tarde ela vai desaparecer”, diz. Para ela, a reavaliação constante desse grupo de alérgicos é importante para definir, afastar ou observar a evolução.
No entanto, Rachel Pithcon afirma que, para aqueles que se mantêm alérgicos, o uso da fórmula à base de aminoácidos é essencial. “As fórmulas não podem ser substituídas por leite de amêndoas ou de arroz, que são inadequados para o desenvolvimento do bebê. O grupo que precisa usar tem que usar. Não ter a fórmula disponível é um risco do ponto de vista de nutrição e um risco em relação à saúde, já que a criança, dependendo do tipo de alergia, pode voltar a ter diarreia, intensificar quadro de desnutrição ou ter um choque anafilático”, reforça.
No caso específico de Augusto, Marcela Bracarense reforça a necessidade da fórmula: “Meu filho apresenta sérios problemas de saúde ocasionados por acidente genético. A alimentação indicada é a formula infantil livre de aminoácidos. Desde que adotou essa dieta, Augusto obteve ganho de peso, crescimento e desenvolvimento motor que até então não apresentara. Além disso, é certo que a alergia às proteínas do leite de vaca e soja manifestada foi a responsável pela sequência de infecções e outros males que acometiam sua saúde e o obrigavam a recorrentes tratamentos com antibióticos, o que também deixou de acontecer após o inicio da alimentação especial. A demora no fornecimento da dieta causará danos irreparáveis. Apesar desta não ser a única fonte alimentar, sua falta pode causar desnutrição com efeitos sobre a saúde”.