"Solicitamos à PepsiCo a redução do conteúdo de açúcar nos refrigerantes por motivos de saúde", afirma um comunicado do ministério. O consumo de refrigerantes e fast food aumentou entre a classe média com o aumento do nível de vida, o que elevou a taxa de obesidade e a diabetes.
A empresa americana substituiu parte do açúcar nas bebidas por stevia, uma planta edulcorante muito utilizada na Europa e em partes da Ásia. Mas não fez o mesmo na Índia porque a substância não foi aprovada para o consumo.
Brasil
As crianças e os adolescentes brasileiros estão trocando o consumo de água e leite por bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados ou em pó - o que têm aumentado consideravelmente os casos de obesidade infantil, além dos riscos para o desenvolvimento de doenças antes observadas em adultos, como diabete tipo 2 e hipertensão.
A constatação - que reforça a necessidade de mudanças de hábitos alimentares - está no primeiro estudo epidemiológico brasileiro que avaliou o consumo de bebidas entre crianças e adolescentes de 3 a 17 anos em cinco capitais: São Paulo, Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. A pesquisa foi desenvolvida em 2013 por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e do Instituto da Criança do HC.
O Ministério da Saúde considera a obesidade infantil uma epidemia e os resultados do levantamento são alarmantes. Além de o leite e a água praticamente desaparecerem da dieta dos jovens, na média geral, as crianças e os adolescentes consomem cerca de 21 quilos de açúcar por ano, só considerando as bebidas.
A pesquisa indica, por exemplo, que um adolescente de 11 a 17 anos ingere cerca de 26 quilos de açúcar por ano com as bebidas - quase 45% a mais do que ele poderia consumir no período (18 quilos), considerando o açúcar presente em todo tipo de alimento, não apenas nas bebidas.
Com informações da AFP