O especialista ressalta que esses excessos de ruído podem gerar a perda de audição chamada de perda auditiva induzida por ruído (PAIR), que, por sua vez, pode gerar zumbido (ou tinnitus ), transtornos de atenção, ansiedade, insônia e até depressão. “A perda auditiva pode ser gerada por duas formas de ruído intenso, sendo a primeira já citada anteriormente pela exposição prolongada (geralmente ocupacional); a segunda é chamada de trauma acústico (TA) por uma exposição súbita e intensa, como nas explosões acidentais, casos de fogos de artifício e tiros, entre outros. Essas perdas são por lesão de células não renováveis pelo organismo humano e, dessa forma, tornam-se irreversíveis, havendo necessidade de uso de aparelhos de ampliação sonora individuais (aparelho auditivo).”
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Implantes auditivos agora são menos invasivosOuvido biônico recupera audição refinada Apenas 40% das pessoas com problemas de audição reconhecem que ouvem malEspecialistas apontam celulares e fones como os maiores riscos para a saúde auditivaAudição de mais de 1 bilhão de jovens está ameaçada, alerta OMSBruno reforça que o zumbido pode afetar o indivíduo, causando distúrbios de atenção, ansiedade, insônia, depressão, baixo rendimento no trabalho ou escolar, sendo pessoal e depende da sua intensidade. Geralmente, a queixa é principalmente noturna, quando há mais silêncio. “A cura do zumbido está diretamente relacionada à causa, e o otorrinolaringologista está preparado para investigar e tratar adequadamente. É uma tarefa exaustiva e exige paciência e persistência, tanto do profissional assistente quanto do assistido.”
Patologia
O especialista afirma que há várias formas de tratamento, com medicação ou até mesmo aparelho auditivo, por meio do que é chamado de habituação ao zumbido. Mas isso depende sempre da patologia causadora do zumbido, tornando o tratamento individualizado. “Sempre que houver um barulho que incomode ou que gere um zumbido, exposição deve ser evitada.
Os danos do zumbido
A fonoaudióloga Amanda Neves, gerente de produtos da Microsom BH, explica como a exposição contínua a altos níveis de ruído pode causar deficiência auditiva. “Há variação considerável de indivíduo para indivíduo relativa à suscetibilidade ao barulho. Entretanto, padrões estabelecidos indicam o quanto de som, em média, uma pessoa pode tolerar. Apesar desses níveis permanecerem controversos, tem-se orientado as pessoas para não experimentar níveis de ruído que excedam de 85dB a 90dB.”
Quanto ao zumbido no ouvido, Amanda ressalta que, embora saber a causa exata seja um desafio, muitos pacientes que têm história de exposição a ruído apresentam zumbido. “Nesse caso, a maior parte dos pacientes tem também problemas auditivos, mas uma pequena porcentagem (menos de 10%) tem a audição dentro dos limites da normalidade”. Ela esclarece que o zumbido pode acarretar depressão, insônia, afetar a qualidade de vida e a capacidade de executar atividades rotineiras, como trabalhar ou estudar.
Amanda diz que pessoas alegam escutar um zumbido por um curto período de tempo após exposição prolongada a sons intensos. “Uma vez que o paciente deixa de escutar a fonte do ruído, o zumbido desaparece e se torna inaudível até a próxima exposição. Se a exposição ao barulho continua, o zumbido aumenta de volume e se torna constante. Para alguns casos, consegue-se a cura, mas em outros é difícil ter o controle. Não há tratamento que propicie melhora de 100% em todos os casos. Apesar da tecnologia disponível, e diferentes opções de tratamento, o mais importante é ouvir o paciente e buscar todas as possíveis causas.”
A especialista salienta que há muitos estudos e investigações clínicas e pouco a pouco são descobertas novas causas. “O melhor tratamento seria com uma abordagem interdisciplinar, pois os fatores psicológicos têm papel importante na percepção no processamento do zumbido. Logo, o diagnóstico psicológico deveria ser parte integrante da abordagem. Há várias causas do zumbido: problemas no ouvido (inflamação, cerume, perda auditiva), taxa de glicemia alta, problemas cardiovasculares, estresse, alterações emocionais, metabólicas, hormonais, uso de alguns medicamentos, maus hábitos (cigarro, bebida alcoólica e cafeína em excesso), exposição a ruídos etc.
O tratamento é direcionado de acordo com o quadro clínico. “Há pacientes que apresentam problema de disfunção de ATM (articulação têmporo-mandibular). Esses podem ser encaminhados a fisioterapeutas, fonoaudiólogos ou ortodontistas (uso de placas de alívio ou aparelhos ortodônticos). Também há zumbido associado à perda auditiva e, nesse caso, há a possibilidade de indicação de um aparelho que combine soluções que ajudem o paciente. Há ainda casos metabólicos de hipertensão arterial e diabetes que se resolvem com tratamento medicamentoso. Também podem ser prescritos remédios que aliviem o desconforto e os problemas derivados do zumbido: tranquilizantes, anticonvulsivantes, antidepressivos e fitoterápicos à base de ginkgo biloba.”
O uso de fones de ouvidos está cada vez mais comum e a fonoaudióloga alerta: “Pessoas que usam esse acessório por longos períodos são sérias candidatas a danos irreversíveis. O maior problema não é o uso do fone de ouvido em si, mas o exagero em relação à intensidade. Ouvir música com volume alto por muito tempo pode danificar estruturas sensíveis internas da orelha e levar à perda permanente da audição.” (AP) .