A pesquisa se concentrou na influência do carbono negro, que depois do dióxido de carbono é a segunda principal causa de emissões produzidas pelo homem vinculadas ao aquecimento global. Ele é produzido pela queima de madeira, carvão e combustíveis fósseis.
Segundo os cientistas, em cerca da metade dos lares chineses as pessoas cozinham com madeira e carvão. O estudo foi feito com 280 mulheres moradoras de uma área rural da província de Yunnan (noroeste), com idade média de 52 anos. Dezoito por cento estavam acima do peso e 4%, obesas no início do estudo.
"As mulheres usaram amostradores que coletaram material particulado (PM) inferior a 2,5 micrômetros, um tamanho comumente associado a efeitos de saúde adversos, e as amostras foram analisadas para detectar a presença de carbono negro", destacou o estudo. A exposição ao carbono negro foi vinculada à pressão alta, um fator de risco para as doenças cardíacas.
Além disso, viver em um raio de cerca de 200 metros de uma rodovia foi associado à pressão sanguínea sistólica - o maior dos dois números de medição da pressão - três vezes superior a habitar longe de uma rodovia.
"Nós encontramos um indício de que o efeito cardiovascular do carbono negro derivado da fumaça da biomassa pode ser maior se houver co-exposição a emissões veiculares", acrescentou o estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Reduzir essa exposição "deve levar a uma redução nos malefícios à saúde e nos impactos climáticos da poluição do ar".
Estudos anteriores feitos na América Latina já tinham demonstrado que, quando mulheres mais velhas substituíram fogões tradicionais ao ar livre por dispositivos menos poluentes, sua pressão sanguínea diminuiu.