Se você tem uma conta no Facebook, Twitter ou Instagram, certamente se deparou com inúmeras imagens e vídeos de pessoas – famosas ou não – derramando um balde de água fria sobre a cabeça, no desafio do balde de gelo. No Brasil, a consequência dessa brincadeira é a doação de R$ 131 mil para os portadores da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), em quatro dias. Ou seja, 13 vezes mais que o arrecadado em todo o ano passado. De 29 de julho até ontem, a campanha internacional, iniciativa da ALS Association, arrecadou US$ 41,8 milhões.
Embora a causa seja nobre, a campanha divide as opiniões na internet, onde viralizou. Enquanto algumas pessoas garantem que parte das celebridades ignora a causa e busca a autopromoção, outras defendem a doação para a instituição no lugar do ‘desperdício de água’. Segundo a diretora da Associação Pró-Cura da ELA e criadora da campanha no Brasil, Andreza Diaferia Kulmann, embora apenas 20% das 70 celebridades brasileiras que postaram o vídeo tenham doado, o legado é a notoriedade que a doença ganhou em pouco tempo. “A maior vitória foi a divulgação da doença”, garante. “Saímos do zero e conseguimos dar voz a mais de 15 mil pacientes que não falam mais”, reforçou.
De Valesca Popozuda ao ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, a campanha rodou o mundo e cresce de forma acelerada pelo formato que desafia outras pessoas. A cada pessoa que aceita o desafio, outras três são convocadas e recebem o prazo de 24 horas para participar. No Brasil, segundo a diretora, a expectativa é de que as doações cresçam, já que a novidade é a entrada de empresas entre os participantes. “Uma grande rede varejista, por exemplo, já desafiou e chamou outras empresas, então é possível que as doações cresçam, em função desse marketing publicitário”, comentou.
Para o consultor em marketing digital Henrique Costa, a presença de celebridades teve como importância aumentar a visibilidade da campanha e contribuir para a viralização. Entre os pontos fortes, que popularizam o desafio, ele destaca o fato de essa ser uma “prova social”. A campanha também ganha força por utilizar outros fenômenos da rede social. “A pessoa acaba se expondo como nas selfies. Temos a pressão que é colocada nos amigos e a possibilidade de usar a criatividade nos vídeos”, argumenta.
Costa justifica o sucesso da campanha pelo formato simples e engajador. “As pessoas não querem mais ouvir uma empresa ou entidade falar, elas querem se apropriar da mensagem. Se você permite que as pessoas se envolvam, a mensagem ganha mais força e poder e foi isso que aconteceu com o desafio do balde do gelo”, explica.
Na prática, de acordo com Andreza, a divulgação traz a esperança de que o governo se mobilize frente a doença. “A ELA ficou excluída do hall das doenças por muito tempo, apesar do número de doentes. E já sabemos que, com a campanha, há uma movimentação interna do Ministério da Saúde para rever isso”, diz. “Esperamos que o governo olhe para os portadores da ELA e forneça o que for necessário para o enfrentamento da doença”, lembra. Atualmente, segundo Andreza, os pacientes só conseguem acesso ao tratamento judicialmente.
Nos últimos dias, o desafio do balde de gelo foi além das celebridades conhecidas do público e acabou destacando pessoas anônimas, que logo ficaram conhecidas pelas experiências que não deram certo. Também fez sucesso a participação de George W. Bush, que, além tomar um banho de água fria promovido por sua esposa Laura, desafiou o seu “amigo” e ex-presidente Bill Clinton. Entre as pessoas que o desafiaram, sua filha Jenna Bush Hager, o jogador de golfe Rory McIlroy e o proprietário do New York Jets Woody Johnson.
Independentemente de quem participa da campanha, a diretora da Associação Pró-Cura da ELA e criadora do desafio alerta para a necessidade de as doações continuarem mesmo depois de a viralização terminar e garante que não precisa ser famoso para participar. Além de contribuir para a manutenção da ELA, que é degenerativa e paralisa os músculos do corpo sem atingir as funções cerebrais, outra missão da campanha é empregar os recursos doados no financiamento de pesquisas para descobrir a cura da doença, que evolui rapidamente. Se você se identificou e quer saber mais sobre como doar, acesse o site da associação (www.procuradaela.org.br).
enquanto isso...
… Pioneiro morre afogado
Um dos criadores do desafio do balde de gelo, Corey Griffin, de 27 anos, que ajudou a popularizar o Ice Bucked Challenge, morreu ao tentar mergulhar em uma ilha a nordeste dos Estados Unidos, informou ontem a polícia local. Griffin estava na pequena ilha de Nantucket, perto de Massachussetts, arrecadando fundos para a associação. Às 2h (3h de Brasília) do sábado passado, ele mergulhou do topo de uma casa de dois andares em um cais, considerado um ponto muito popular para saltos. O jovem tinha viajado para essa pequena ilha ao sul de Boston para arrecadar US$ 100 mil para a pesquisa da esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como mal de Lou Gehrig. Um amigo de Griffin, que foi diagnosticado com a doença neurodegenerativa, o inspirou a ajudá-lo em sua luta e criar o desafio da água gelada, que se propagou viralmente nas redes.
Embora a causa seja nobre, a campanha divide as opiniões na internet, onde viralizou. Enquanto algumas pessoas garantem que parte das celebridades ignora a causa e busca a autopromoção, outras defendem a doação para a instituição no lugar do ‘desperdício de água’. Segundo a diretora da Associação Pró-Cura da ELA e criadora da campanha no Brasil, Andreza Diaferia Kulmann, embora apenas 20% das 70 celebridades brasileiras que postaram o vídeo tenham doado, o legado é a notoriedade que a doença ganhou em pouco tempo. “A maior vitória foi a divulgação da doença”, garante. “Saímos do zero e conseguimos dar voz a mais de 15 mil pacientes que não falam mais”, reforçou.
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Para o consultor em marketing digital Henrique Costa, a presença de celebridades teve como importância aumentar a visibilidade da campanha e contribuir para a viralização. Entre os pontos fortes, que popularizam o desafio, ele destaca o fato de essa ser uma “prova social”. A campanha também ganha força por utilizar outros fenômenos da rede social. “A pessoa acaba se expondo como nas selfies. Temos a pressão que é colocada nos amigos e a possibilidade de usar a criatividade nos vídeos”, argumenta.
Costa justifica o sucesso da campanha pelo formato simples e engajador. “As pessoas não querem mais ouvir uma empresa ou entidade falar, elas querem se apropriar da mensagem. Se você permite que as pessoas se envolvam, a mensagem ganha mais força e poder e foi isso que aconteceu com o desafio do balde do gelo”, explica.
Na prática, de acordo com Andreza, a divulgação traz a esperança de que o governo se mobilize frente a doença. “A ELA ficou excluída do hall das doenças por muito tempo, apesar do número de doentes. E já sabemos que, com a campanha, há uma movimentação interna do Ministério da Saúde para rever isso”, diz. “Esperamos que o governo olhe para os portadores da ELA e forneça o que for necessário para o enfrentamento da doença”, lembra. Atualmente, segundo Andreza, os pacientes só conseguem acesso ao tratamento judicialmente.
Nos últimos dias, o desafio do balde de gelo foi além das celebridades conhecidas do público e acabou destacando pessoas anônimas, que logo ficaram conhecidas pelas experiências que não deram certo. Também fez sucesso a participação de George W. Bush, que, além tomar um banho de água fria promovido por sua esposa Laura, desafiou o seu “amigo” e ex-presidente Bill Clinton. Entre as pessoas que o desafiaram, sua filha Jenna Bush Hager, o jogador de golfe Rory McIlroy e o proprietário do New York Jets Woody Johnson.
Independentemente de quem participa da campanha, a diretora da Associação Pró-Cura da ELA e criadora do desafio alerta para a necessidade de as doações continuarem mesmo depois de a viralização terminar e garante que não precisa ser famoso para participar. Além de contribuir para a manutenção da ELA, que é degenerativa e paralisa os músculos do corpo sem atingir as funções cerebrais, outra missão da campanha é empregar os recursos doados no financiamento de pesquisas para descobrir a cura da doença, que evolui rapidamente. Se você se identificou e quer saber mais sobre como doar, acesse o site da associação (www.procuradaela.org.br).
enquanto isso...
… Pioneiro morre afogado
Um dos criadores do desafio do balde de gelo, Corey Griffin, de 27 anos, que ajudou a popularizar o Ice Bucked Challenge, morreu ao tentar mergulhar em uma ilha a nordeste dos Estados Unidos, informou ontem a polícia local. Griffin estava na pequena ilha de Nantucket, perto de Massachussetts, arrecadando fundos para a associação. Às 2h (3h de Brasília) do sábado passado, ele mergulhou do topo de uma casa de dois andares em um cais, considerado um ponto muito popular para saltos. O jovem tinha viajado para essa pequena ilha ao sul de Boston para arrecadar US$ 100 mil para a pesquisa da esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como mal de Lou Gehrig. Um amigo de Griffin, que foi diagnosticado com a doença neurodegenerativa, o inspirou a ajudá-lo em sua luta e criar o desafio da água gelada, que se propagou viralmente nas redes.
Alguns famosos que aderiram à campanha
» No Brasil
Gisele Bündchen
Galvão Bueno
Neymar
Ivete Sangalo
Regina Casé
Paulo Maluf
Ana Maria Braga
Kaká
David Luiz
Angélica
Fátima Bernardes
Palmirinha
» No exterior
Bill Gates
Mark Zuckenberg
George W. Bush
Lady Gaga
Jennifer Lopez
Ashton Kutcher
Cristiano Ronaldo
Taylor Swift
Charlie Sheen
» No Brasil
Gisele Bündchen
Galvão Bueno
Neymar
Ivete Sangalo
Regina Casé
Paulo Maluf
Ana Maria Braga
Kaká
David Luiz
Angélica
Fátima Bernardes
Palmirinha
» No exterior
Bill Gates
Mark Zuckenberg
George W. Bush
Lady Gaga
Jennifer Lopez
Ashton Kutcher
Cristiano Ronaldo
Taylor Swift
Charlie Sheen