1. Muitas famílias escondem seus familiares doentes em suas casas. Como não há tratamento, alguns pensam que os doentes ficarão melhor em suas casas para morrer.
2. Há muitos casos de negação da doença. Alguns doentes temem a rejeição da sociedade e a estigmatização, que afeta tanto eles quanto suas famílias quando o diagnóstico é pronunciado.
3. Há muitos centros de atendimento médico fechados por falta de funcionários, que fugiram dos locais.
4. Nos povoados, os corpos são enterrados sem que as autoridades sejam informadas, e sem que as causas da morte sejam averiguadas.
5. Em algumas regiões da Libéria, sempre que um novo centro de atendimento é aberto, é invadido por pacientes, alguns dos quais não haviam sido identificados antes como afetados pela epidemia. Este fenômeno mostra a existência de um bloco invisível de pacientes que não foram detectados pelos serviços de vigilância.
Em Monróvia, um centro previsto para 20 pessoas foi invadido por 70 doentes.
6. Há muitas "zonas cinzentas", já que os povoados não aceitam a chegada de equipes de atendimento médico quando há suspeitas de casos de Ebola e de mortes por esta razão.
7. Em algumas regiões, em especial em Monróvia, todos os serviços de saúde entraram em colapso. Esta falta de acesso ao atendimento explica os recentes incidentes em West Point, subúrbio da Libéria mais afetado pela epidemia.
Correu o rumor de que o centro de atendimento instalado de urgência em uma escola abandonada era de fato uma clínica geral. Portanto, as pessoas levaram seus doentes, que foram instalados ao lado de pacientes que suspeita-se que poderiam ter se infectado com o vírus do Ebola.
A presença destes doentes foi mal aceita pela comunidade de West Point, onde explodiram distúrbios e saques de material provavelmente contaminado.
Para muitas ONGs, a OMS demorou para declarar a febre do Ebola como uma urgência de saúde mundial. Ela o fez no dia 8 de agosto, cerca de cinco meses após o aparecimento do vírus na Guiné.