Vanderli Marchiori, nutricionista da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), destaca que, entre inúmeros benefícios do amendoim, ele é rico em proteínas, fibras, antioxidantes e fitoquímicos, além de auxiliar no controle do peso, da gordura abdominal e dos níveis de açúcar no sangue. “Além disso, sua alta concentração de vitamina E faz com o que o amendoim exerça o papel de antioxidante, que pode diminuir a incidência do mal de Alzheimer. Estudo feito ao mesmo tempo nos EUA e nos Países Baixos, com quase 6 mil pessoas, mostrou que aquelas que consumiram regularmente o produto (puro ou em forma de manteiga) apresentaram 67% menos risco de desenvolver a doença.”
Ela garante que o amendoim é um alimento que auxilia no controle de colesterol, reduz os riscos de doenças cardiovasculares e também na prevenção de tumores. “Sua composição é rica em ácidos graxos insaturados – benéficos à saúde –, e fonte de proteína vegetal, fibra dietética, vitaminas, antioxidantes, minerais e fitoquímicos. Por isso, é grande aliado da nutrição humana. Cada 100 gramas de amendoim apresentam, em média, 450 calorias. Além de todas suas propriedades naturais, por ser fonte de vitamina E, o alimento é importante para a memória e eleva o nível de saciedade por até duas horas, e vitamina B, que é essencial ao sistema nervoso, auxilia na digestão e afasta o mau humor, ajudando na formação da serotonina, conhecida como hormônio do bem-estar.
Vanderli diz que o consumo recomendado de amendoim é de 30g por dia. “Quem está em processo de reeducação alimentar deve ingerir a semente preferencialmente em lanches intermediários. Assim, é possível garantir a saciedade por mais de duas horas, o que inibe a ingestão de lanches mais calóricos.” Com relação à prevenção de doenças, além de seu alto valor nutritivo, com perfil vitamínico e grande quantidade de proteínas vegetais – de 25% a 30% de sua composição – o amendoim é rico também em fitoesteróis. “Trata-se de um tipo de gordura com estrutura semelhante ao colesterol, mas que, ao contrário desse, tem origem vegetal e não é produzida pelo corpo. Presente em óleos vegetais e frutos oleaginosos, ela é reconhecida desde os anos 1950 por sua capacidade de baixar os níveis de colesterol ruim (LDL) do sangue”, esclarece Vanderli.
“Não bastasse essa virtude singular, pesquisas mostram que os fitoesteróis têm efeito anticancerígeno, com atuação no organismo em diferentes frentes: inibindo a proliferação celular, estimulando a morte de tumores e modificando alguns dos hormônios que levam ao crescimento desses. Estudo publicado no The Journal of Nutrition em 2008 revelou que um grupo de pessoas que consumiu amendoins diariamente apresentou 33% menos incidência de tumores”, ressalta a nutricionista.
NECESSIDADE
Enio Cardillo, médico nutrólogo, membro da Academia Mineira de Medicina e professor emérito da UFMG, garante que não há necessidade de comer amendoim. “Os esquimós não comem amendoim e vivem muito bem. Não existe alimento mágico. Amendoim não previne contra qualquer tipo de doença. Lembre-se de que amendoim é uma oleaginosa e, como tal, tem uma densidade calórica muito elevada. Portanto, se comer muito há aumento do aporte de energia, que pode provocar um balanço energético positivo e resulta em aumento do depósito de gordura corporal. Não há uma recomendação para ingestão diária de amendoim.”
Cardillo alerta para o fato de existir uma toxina, a aflatoxina, que é contaminante comum do amendoim. “Não se deve comprar amendoim ou qualquer outro produto que tenha uma camada de fungo (bolor) – Aspergillus flavus – que produz essa toxina, que pode provocar câncer do fígado. Esse fungo é ligeiramente esverdeado. Ao se comprar amendoim, recomenda-se examinar o fundo do pacote. Se houver um pó no fundo, isso pode ser um indício da presença desse bolor no alimento. O amendoim pode ser consumido em qualquer idade.”