A GRU Airport, que administra o aeroporto, primeiro informou que segue a determinação da Anvisa, que só lhe teria enviado o texto em português. Mais tarde informou que também estava fazendo o anúncio em inglês. A reportagem ficou das 16h10 às 18h40 de ontem no aeroporto e só ouviu o alerta em português.
Apesar de não citar a doença, o texto recomenda que o passageiro com sintomas de febre, fraqueza, vômito, diarreia, sangramento, manchas no corpo e tosse procure atendimento médico e avisa ao profissional de saúde os países em que esteve nas últimas semanas.
Segundo o regulamento sanitário da Organização Mundial de Saúde (OMS), "meios de comunicação necessários, se possível em idioma que possam compreender" devem estar à disposição dos viajantes. Dos cinco países africanos com voo direto para Cumbica - Togo, Etiópia, África do Sul, Marrocos e Angola -, o português é falado só no último. Nenhum deles registrou caso de Ebola.
A determinação para divulgar o comunicado foi feita pelo ministério após a OMS decretar estado de emergência internacional. No Brasil, Cumbica recebe o maior número de voos da África. São 23 voos por semana - ontem foram três. O Centro de Orientação ao Viajante, da Anvisa, porém, estava fechado. Na porta, um comunicado avisava que ele funciona de segunda a sexta das 8h ao meio-dia e das 13h às 17h.
Libéria. Em Monróvia, na Libéria, um dos países afetados pela doença, as igrejas ficaram lotadas ontem, desafiando os alertas do governo para que as pessoas evitassem aglomerações. No Bulevar Tubman, o Daily Talk, jornal publicado em lousa, criticava o governo do país. A manchete era: "Ebola 7 x 1 Governo". Das 961 mortos por causa do Ebola, 294 viviam na Libéria.