Treino no tecido acrobático sai do circo e vai para a academia

Além de trabalhar todos os grupos musculares ao mesmo tempo, atividade estimula a memória e ajuda a perder o medo de altura

por Revista do CB 26/07/2014 08:00

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Zuleika de Souza/CB/D.A Press
Apesar de exigir muito esforço físico, não há restrições para a prática: a dificuldade dos exercícios é progressiva (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
A arte circense chegou às academias. O tecido acrobático — ou tecido aéreo — mistura arte, dança e exercício e faz os adeptos testarem os limites do próprio corpo. A prática trabalha a coordenação motora, todos os grupos musculares e a expressão corporal.

Logo na primeira aula, o aluno deve aprender sobre a modalidade em si. Depois, criar intimidade com o tecido. É importante ressaltar que o trabalho de iniciação nessa modalidade é feito de maneira gradativa. O alongamento para aquecer os músculos é fundamental e os iniciantes devem começar com acrobacias simples, a poucos metros de altura, para garantir a segurança e o conforto.

Não existem restrições para a prática. Nem de biotipo, nem de faixa etária. Crianças podem começar a partir dos 10 anos. Cabe ao professor adaptar a aula à peculiaridade de cada aluno. O peso também não é importante na hora de começar a treinar com o tecido acrobático. “As pessoas me perguntam muito sobre peso e sedentarismo. Estar acima do peso ou parado são, inclusive, um incentivo. Aceito todos os tipos de alunos. Tenho os mais variados aprendizes, até com deficiências físicas”, afirma a professora de acrobacia aérea Ana Sofia Lamas.

Por ser uma modalidade muito peculiar, algumas técnicas mais complexas exigem o uso de equipamento de segurança. O colchão é indispensável durante as aulas, pois os alunos podem eventualmente cair. As acrobacias mais executadas são manobras, combinações, quedas, voos e contorcionismos.

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Logo na primeira aula, o aluno deve aprender sobre a modalidade em si. Depois, criar intimidade com o tecido (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
A bióloga Fabíola Bokos, 42 anos, interessou-se pela aula de tecido em uma visita rotineira à academia. “Eu vi uma demonstração e me apaixonei”, conta. A bióloga frequenta as aulas de tecido há quatro anos e afirma ter notado muita diferença tanto no corpo quanto na parte emocional. “O meu braço está mais forte; o abdômen, bem trabalhado. Eu tenho mais equilíbrio e me livrei do medo de altura. Fiquei com mais autoconfiança”, conta.

Fabíola combina as aulas de tecido com outros exercícios. Pratica corrida de rua — até 21 km por semana —, faz ginástica localizada com peso e aulas de abdominal. O exercício no tecido acrobático não é focado na perda de peso. Pode ajudar na queima de calorias, mas deve ser combinado com outros exercícios e alimentação equilibrada. “O tecido acróbático é uma modalidade que exige muito esforço físico. Em média, uma hora de atividade consome cerca de 300 calorias”, afirma o professor José Carlos Lopes. Lopes também destaca a versatilidade do tecido. “Há desde técnicas e acrobacias simples a outras extremamente complexas e que exigem um desenvolvimento técnico e físico elevado”, explica.

O tecido requer força, flexibilidade, determinação e esforço. Aos poucos, o corpo vai se adaptando e o condicionamento físico, melhorando. O diferencial em relação a outros exercícios é que os músculos são trabalhados todos de uma vez. Postura, raciocínio, memória e força dos membros são exercitados também.

Alguns alunos têm mais facilidade, outros nem tanto. As mulheres são maioria nas aulas. É importante ressaltar que essa modalidade nunca deve ser treinada em casa ou ensinada por pessoas que não sejam devidamente qualificadas. O tecido também deve ser testado e certificado, com a garantia de que pode sustentar até quatro vezes o peso do aluno.

Vantagens
-Incentiva o aluno a perder o medo de altura;
-Trabalha a expressão artística, a flexibilidade, a agilidade, a resistência e a força;
-Melhora a respiração;
-Faz bem para a memória, pois deve-se decorar a sequência de acrobacias;
-Fortalece a musculatura.

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Não existem restrições para a prática. Nem de biotipo, nem de faixa etária. Crianças podem começar a partir dos 10 anos (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)