Saúde

Planejamento financeiro logo no primeiro ano de casamento auxilia os mais jovens

É comum os casais só começarem a se preocupar em organizar as finanças por volta dos 30, 35 anos

Revista do CB

Administrar uma casa exige muitas responsabilidades, especialmente financeiras. Casais jovens com orçamento curto penam para dar conta das despesas e ficam várias vezes “no vermelho”. É preciso ter dinheiro para estudar, pagar contas e reservar algo para o lazer. Rogério Nakata, planejador financeiro pessoal e familiar e especialista em economia comportamental, aconselha o planejamento logo no primeiro ano de casamento. Segundo ele, é comum os casais só começarem a se preocupar em organizar as finanças por volta dos 30, 35 anos. “Os mais novos querem fazer por si próprios até verem que precisam de ajuda”, reforça. O problema é que, geralmente, quando a preocupação com o planejamento financeiro aparece, já é tarde demais: nesse ponto, as dívidas já consomem boa parte do montante do casal.


Nakata explica que o planejamento financeiro começa a partir de uma reunião com o casal. A conversa é essencial para delinear a necessidade da família, os projetos de vida e as expectativas para o futuro. Depois, o profissional ajuda na criação e na organização do orçamento financeiro pessoal. “O objetivo é entender a situação de consumo do casal e eliminar as dívidas”, completa. A compra da casa própria, a troca do carro e a aposentadoria (fator especialmente ignorado pelos mais jovens) são alguns dos pontos que precisam ser pensados.

Diefran Ribeiro e Mariene Leão: com o orçamento limitado, eles trocaram as baladas por algo mais caseiro
Outro erro comum entre os mais moços, de acordo com o planejador financeiro, é a ânsia por comprar logo a casa própria. “É preciso ter dinheiro próprio antes de ter um imóvel próprio”, justifica. “Vale a pena fazer um esforço para poupar no começo, de repente, morar de aluguel, em vez de pagar por uma coisa que vai demorar 30, 40 anos para ser deles.” A pouca idade dos casais, novamente, é o fator que pode fazer com que o sonho da casa própria se transforme em uma enorme dor de cabeça. Como ainda não estão completamente estabelecidos financeiramente, nada garante que o emprego e o salário durem até o fim do financiamento. “O melhor é fazer a poupança para dar uma entrada razoável e diminuir o comprometimento da família.”

Segundo o advogado Beto Veiga, doutor em economia e autor de diversos livros sobre relacionamento, o melhor mesmo é morar de aluguel até conseguir o dinheiro para comprar uma casa. “Pouquíssimas pessoas têm dinheiro para comprar uma casa à vista e vão financiar um imóvel, o que gera muitos juros. O aluguel, em geral, é mais barato do que o financiamento e o casal pode economizar enquanto isso”, explica. Veiga acredita também que outro grande erro dos casais é decorar casa, uma vez que os custos são altos. “A decoração sai de moda e atrapalha o orçamento, principalmente para quem mora de aluguel”, afirma.

Mariene Leão, 20 anos, e Diefran Ribeiro, 22 anos, estão juntos há quase seis anos, sendo sei meses de casados. O planejamento financeiro ainda não está totalmente definido, mas os dois começam a se organizar. Antes do casamento, os dois estavam trabalhando. Hoje, somente Diefran está empregado. “Quando nos casamos, a Mariene já estava sem trabalhar, isso não mudou nossa decisão, mas não achamos que iria demorar tanto tempo assim sem emprego”, conta Ribeiro. Com o orçamento limitado, eles trocaram as baladas por algo mais caseiro. Preferem visitar os parentes e receber os amigos em casa.

O romance entre eles começou na escola e o namoro continuou durante a faculdade. A decisão de se casar veio com o tempo. “Na verdade, estávamos praticamente morando juntos. Depois resolvemos financiar uma casa e casar de uma vez”, conta Mariene Leão. Segundo eles, a famílias não foram contra, mas também não exultaram de alegria. “Meus pais sempre acharam que não era legal se casar tão cedo. Mas a nossa relação mudou bastante. Hoje em dia, conversamos mais e brigamos menos. Nossas brigas geralmente são em relação às coisas de casa”, admitem.