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Leandro Grespan é sócio-fundador do Men’s Market, e-commerce de produtos cosméticos voltados ao público masculino, fundado em 2012, e que começou a rodar na prática no ano passado. Ele conta que planeja expandir sua base de clientes, que já conta mais 10 mil usuários ativos, para alcançar a meta de faturamento deste ano, estabelecida entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões. Em 2013, as vendas ficaram na casa dos R$ 2 milhões. “Nascemos para explorar uma falha de mercado que ninguém supria de forma aceitável: a demanda masculina por produtos de beleza. Percebemos que cada marca tinha uma linha de produtos, mas o esforço de vendas, no geral, era muito mais canalizado para o público feminino. Por isso fizemos um apanhado de todas as marcas”, diz.

Gasto maior
A demanda também vai de vento em popa em lojas físicas. Consumidores de maior poder aquisitivo e da classe média em ascenção movimentam esse mercado. Fábio Attie é dono de 13 franquias da marca O Boticário em bairros da Região Norte da capital, como Venda Nova, Planalto, Jaraguá, Céu Azul, Guarani Itapõa e Serra Verde, e também em cidades da Grande BH, como Sabará, Ribeirão das Neves e Santa Luzia. “O consumo de produtos para homens está cada vez melhor”, explica. De acordo com ele, desde 2011 as vendas crescem 20% ao ano, a tal ponto que o Dia dos Pais, que antes era um período de vendas sem maiores atrativos em suas lojas, está chegando bem perto do Dia das Mães.
Adail Lopes, gerente da academia Pelé Club, que chegou há três anos em Belo Horizonte, assume que é vaidoso. “Uso creme para a pele, óleo para o corpo, faço atividade física sete dias por semana, minha alimentação é controlada e nas festas só bebo água”, afirma. Seus gastos com tudo isso e também com perfumes e roupas somam R$ 1,5 mil ao mês. E ele diz que a vaidade masculina se reflete no aumento da demanda de pessoas do sexo masculino na academia. “Quando chegamos aqui, 68% dos nossos clientes eram mulheres e 38% homens. Hoje, eles já chegam a 52%”, calcula.
No foco dos mais exigentes

O empresário Pedro de Teixeira, de 21 anos, conta que ficou vaidoso há dois anos. Foi nessa época que ele passou a se dedicar mais à musculação, a consumir suplementos alimentares e a se inteirar sobre as tendências da moda, passando a usar roupas de boas marcas não só fins de semana, mas também nos dias úteis. “Ser igual a todo mundo é fácil, o legal é ser diferente”, justifica. Pedro tem três perfumes, faz progressiva pelo menos uma vez ao mês e chega a passar base no rosto de vez em quando. Gasta mensalmente de R$ 300 a R$ 400 com esses cuidados, além de cerca de R$ 700 com suplementos e de, no mínimo R$ 500, com roupas. “Tudo isso incentiva você a se sentir melhor e mais autoconfiante.”
De acordo com Mayane Soares, analista de mercado da consultoria Nielsen, os homens também estão exigindo produtos com benefícios agregados e isso impulsiona ramos importantes da indústria de beleza e higiene. “As tecnologias estão cada vez mais avançadas e o varejo tem dado cada vez mais espaço a esse consumidor”, resume. (ZF)