A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu "ação drástica" para combater o pior surto de ebola já registrado e anunciou uma reunião com 11 países para tratar da questão. Até domingo, 635 casos de febre hemorrágica (a maioria com o diagnóstico de ebola confirmado), o que inclui 399 mortes, haviam sido registrados na Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que faz do surto o maior "em termos e número de casos e mortes, assim como de propagação regional", disse a OMS.
"Uma ação drástica é necessária", afirmou a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), advertindo sobre o perigo de o vírus passar para outros países. No início desta semana, o grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras (MSF) também afirmou que o surto do vírus, que é mortal na maioria dos casos, está "fora de controle".
Desde que a mais recente epidemia da febre hemorrágica surgiu na África ocidental em março, na Guiné, a OMS enviou mais de 150 especialistas para ajudar a conter a crise. Apesar dos esforços da OMS e de outras instituições, tem havido um "significativo aumento" do número de casos e mortes relatadas a cada dia nas últimas três semanas, afirma a agência.
A OMS está agora "seriamente preocupada com a atual transmissão entre fronteiras de países vizinhos, assim como o potencial de transmissão internacional", declarou o doutor Luis Sambo, diretor regional da OMS para a África. "Não é mais um surto específico de um país, mas uma crise sub-regional que exige ações firmes de governos e parceiros", disse Sambo.
O principal especialista em ebola da OMS, Pierre Formenty, disse à agência France Presse na semana passada que o aumento do número de casos acontece em parte porque os esforços para conter o vírus foram reduzidos muito rapidamente, depois de um aparente retrocesso do surto em abril.
"Um caso pode retomar toda uma epidemia", advertiu ele, justificando as medidas dramáticas necessárias para conter o vírus, que se espalha por meio de fluidos corporais, o que inclui o suor, o que significa que pode se contrair a doença simplesmente ao se tocar uma pessoa infectada.
Para discutir a questão, a OMS disse na quinta-feira que vai organizar uma reunião de ministros da Saúde de 11 países na cidade de Acra, capital de Gana, nos dias 2 e 3 de julho, para "discutir a melhor forma de combater a crise coletivamente, assim como desenvolver um abrangente plano operacional entre países".
A Costa do Marfim, Mali, Senegal, Guiné-Bissau e Gâmbia, além de Gana e países mais distantes como Uganda e República Democrática do Congo, onde o Ebola foi detectado pela primeira vez 40 anos atrás, também foram convidados, informou a OMS. Também devem participar do encontro uma série de agências da ONU e outras organizações, como o MSF e a Cruz Vermelha, assim como os centros de controle de doenças do oeste africano, dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.
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