

Esta técnica de imagenologia (exames de imagem) tridimensional, aprovada pela agência americana encarregada do controle de medicamentos (FDA) em 2011, também permitiu uma redução de 15% dos diagnósticos equivocados (tanto positivos quanto negativos), explicaram os autores deste estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) com data de 25 de junho.
Esta pesquisa, a mais ampla realizada até agora sobre a eficácia desta técnica de diagnóstico, foi feita com cerca de meio milhão de mulheres em treze hospitais americanos. "O estudo confirma o que já sabíamos, que com a mamografia 3D são diagnosticados mais cânceres invasivos e se evita às mulheres a ansiedade e o custo de exames adicionais para confirmar o que se revela um falso alarme", destaca Donna Plecha, diretora do serviço de exames de imagens no hospital universitário do Case Medical Center em Cleveland (Ohio).
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Não há muita diferença entre este exame e uma mamografia convencional, dura apenas alguns segundos mais. A 3D permite melhorar o diagnóstico, ajudando os radiólogos a identificar as estruturas dos seios e ver bem as áreas que ficam apagadas na mamografia bidimensional, que podem revelar um tumor mas também ocultá-lo. O momento em que se descobre o câncer de mama determina as possibilidades de sobrevivência da paciente, daí a importância que as mulheres de 40 anos façam uma mamografia anual, segundo eles. Se um câncer for detectado suficientemente cedo e não se estendeu para além do seio, a taxa de sobrevivência em cinco anos é de 97%, afirmam os autores deste estudo.
Técnica dispensa biópsia para detectar câncer de mama
Outro estudo divulgado recentemente mostrou que o câncer de mama poderá ser diagnosticado a partir da combinação de quatro imagens específicas, evitando, assim, a realização de biópsias. A proposta vem de um grupo de pesquisadores da Universidade Médica de Viena. “Ao avaliar muitos processos funcionais envolvidos no desenvolvimento do câncer, descobrimos que o uso de múltiplas imagens do tumor ao mesmo tempo permite uma melhor diferenciação entre benignos e malignos. Portanto, biópsias de mama desnecessárias podem ser evitadas”, explica Katja Pinker, professor associado de radiologia no Departamento de Imagens Biomédicas e Terapias Guiadas por Imagens da instituição austríaca.

Além disso, Pinker lembra que a possibilidade de compreender a biologia do câncer com maior precisão possibilita que terapias sejam adaptadas às necessidades do paciente, permitindo uma abordagem mais individualizada. Tudo isso, sem a necessidade de intervenção cirúrgica. E o melhor: qualquer hospital bem equipado poderá realizar o exame combinando equipamentos mais antigos. “Desde que tenha um equipamento de tomografia PET-CT e um scanner de ressonância magnética, a técnica poderá ser implementada imediatamente”, explica o oncologista.
Pinker e os cientistas liderados por ele recrutaram 76 pacientes que tiveram resultados suspeitos ou inconclusivos oriundos de mamografia ou de ultrassonografia da mama. Eles, então, realizaram um exame de PET-MRI em todas as voluntárias. Para determinar a combinação de parâmetros de imagem que produziram os resultados mais precisos, combinaram os dados de duas, três e quatro imagens. Todos os resultados foram comparados com o diagnóstico histopatológico para avaliar qual combinação seria a mais eficiente. A com quatro resultou em diagnósticos com maior sensibilidade e especificidade. Dos 76 tumores, 53 eram malignos e 23, benignos. Os resultados do experimento foram divulgados no Clinical Cancer Research, um jornal da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.
Com informações da AFP