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A OMS informou que novas coletas subsequentes realizadas no mesmo local deram resultado negativo para o WPV1, sigla do vírus em inglês, ou então acusaram positivo para outros tipos de vírus. A agência da Nações Unidas para saúde informou que a cepa detectada em Campinas é da mesma família da que foi encontrada em um caso de pólio na Guiné Equatorial.
Segundo a OMS, o vírus foi detectado numa coleta de rotina nos sistemas de esgoto e não há nenhuma evidência de transmissão do WPV1. O Brasil está livre do vírus da pólio desde 1989 e a região das Américas, desde 1991.
As autoridades de saúde brasileiras aumentaram a vigilância para detectar sinais do WPV1 e de possíveis casos da doença. A próxima campanha está marcada para novembro e o alvo são as crianças de 6 meses a 5 anos.
Guiné
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que foi o governo brasileiro que notificou a OMS sobre o vírus, encontrado durante um exame de rotina realizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Ele reforçou que o vírus é semelhante ao encontrado na Guiné Equatorial e que provavelmente veio de lá."A Cetesb repetiu os mesmos exames em abril e todas as amostras foram negativas, até mesmo as de Viracopos, o que confirma que se tratou de algo eventual, provavelmente de um viajante, não sabemos se um passageiro ou tripulante", disse o secretário.
A análise rotineira de amostras de esgoto faz parte da estratégia das autoridades sanitárias brasileiras para prevenir a disseminação do vírus. No Estado de São Paulo, a Cetesb é responsável por esse monitoramento, que é realizado em dez pontos, entre eles os três principais aeroportos de São Paulo (Viracopos, Cumbica e Congonhas), os terminais rodoviários do Tietê e da Barra Funda, ambos na capital paulista, e em um estaleiro do Porto de Santos. As análises são realizadas desde 1999.
Em seu informe, a OMS afirmou que "o vírus só foi detectado no esgoto" e, até o momento, "nenhum caso de paralisia por pólio foi registrado". Barbosa destaca que, além de o caso ter sido eventual, a cobertura por vacina no País contra a doença é de cerca de 99%. A última campanha nacional de imunização contra a doença no Brasil foi realizada há um ano, e a cobertura no Estado de São Paulo superou 95%, segundo a OMS. Para a organização, “a elevada imunidade parece ter evitado a transmissão”.
Risco
A agência da ONU disse que o risco de o vírus da poliomielite encontrado no Brasil se espalhar internacionalmente é "muito baixo". A Secretaria Estadual da Saúde informou que foi notificada sobre o achado da Cetesb, mas que ele não altera em nada a condição de erradicação que a doença tem no Estado de São Paulo e em todo o País.
A poliomielite ataca o sistema nervoso e pode causar paralisia irreversível em questão de horas. Não há cura para a doença, que pode ser evitada com vacinação. A pólio é considerada erradicada do Brasil desde 1989.
Com agências