Segundo a pesquisadora, “a redução de vegetais verdes na dieta dos humanos foi a decisão mais danosa que tomamos para a nossa saúde”, referindo-se a estatísticas que demonstram que 50% dos norte-americanos apresentam insuficiência nutricional de um ou mais nutrientes em pleno século 21.
Entre os vilões da alimentação contemporânea, ela cita a farinha branca, o açúcar branco, os aditivos artificiais e outros componentes processados que registram altos níveis de toxinas, prejudiciais ao organismo. “Por causa da insuficiência de cálcio, vitamina D e outros nutrientes essenciais, por exemplo, a estrutura óssea do rosto de muitas pessoas se mantém subdesenvolvida, causando constrição das arcadas dentárias, o que resulta em dentes se espremendo uns sobre os outros”, comenta.
A especialista destaca também a diminuição do lóbulo da orelha na civilização ocidental ao longo dos últimos 150 anos. “A vitamina K é crucial para a cartilagem da orelha, aliás, para a cartilagem de todo o corpo. Como as gestantes e os bebês não costumam consumir a quantidade suficiente de folhas verdes, a cada geração os lóbulos das orelhas diminuem, assim como se dá o enfraquecimento da cartilagem de outras partes do corpo. Não é à toa que os Estados Unidos registram pelo menos 200 mil cirurgias anuais de substituição de cartilagem do joelho.”
ALTERNÂNCIA
Para as pessoas que têm uma certa aversão ao cheiro dos sucos verdes, Victoria Boutenko sugere que a primeira experiência seja com a couve. “Descasque algumas bananas, acrescente couve e bata no liquidificador”, ensina. Posteriormente, ela recomenda que as pessoas alternem os vegetais verdes, entre claros e escuros, ou mudando o tipo de folhas a cada par de dias. “Isso fortifica o sistema imunológica e não causa intoxicação por ingestão de grande quantidade de alcaloides, substância venenosa se consumida em grandes doses.”
Na lista da pesquisadora estão: acelga, aipo, alface, broto de trigo, couve, rúcula, espinafre, agrião, broto de alfafa, hortelã, brócolis, folhas de beterraba, de cenoura, de mostarda, de rabanete, entre outros. Opções não faltam. “Portanto, a melhor forma de melhorar a qualidade de vida e nossa saúde é saborear muito suco verde.”
SERVIÇO
A revolução do suco verde
Victoria Boutenko
Editora Alfalivros
180 páginas
Victoria Boutenko - Professora especializada em nutrição e dietas saudáveis
Qual é a quantidade de alimentos verdes que devemos comer por dia?
Existe uma grande diferença entre consumir verdes em uma salada e verdes em um suco, bebida ou vitamina. Nossos corpos conseguem assimilar melhor os nutrientes vitais dos verdes batidos (seja no liquidificador ou na centrífuga) do que dos verdes mastigados, porque o processo de liquidificar ou centrifugar quebra as partículas dos alimentos, possibilitando uma digestão mais rápida e com menos esforço. Desse modo, os nutrientes entram rapidamente na corrente sanguínea. Se a pessoa preferir consumir alimentos verdes em forma de salada, deve consumir pelo menos dois molhos de verdes (ou o equivante a seis xícaras) por dia. Se preferir na forma líquida, recomendo então um molho (ou três xícaras cheias) por dia.
Depois de fazermos um suco ou vitamina verde, quanto tempo ele dura?
Os sucos verdes são melhores quando frescos, mas, se for necessário, eles se conservam por três dias.
Muitas pessoas usam frutas doces, como passas, figos e ameixas no suco verde. Isso é correto?
Para quem está começando a beber suco verde, ou para as crianças, a fruta doce melhora o sabor do suco. A maioria das pessoas não está habituada ao gosto da clorofila e simplesmente não beberá um suco cujo sabor “verde” seja muito intenso. Por outro lado, há quem queira fazer tudo de uma vez e depressa, iniciando o processo com receitas muito verdes. Uma dica é acrescentar maçãs, que têm taxas mais baixas de glicemia, especialmente nos casos de pessoas com diabetes, hipoglicemia ou cândida. Outra opção é acrescentar vegetais com pouco amido, como tomates, pepino, aipo etc.