De acordo com a OPS, "2013 foi um dos anos mais epidêmicos na história do continente, com mais de 2,3 milhões de casos, 37.705 casos graves e 1.289 mortes". A organização indicou que em 2003 o número de casos reportados na América Latina foi de 517.617.
"Controlar o mosquito 'Aedes aegypti', transmissor da doença, é um grande desafio, tanto regional quanto mundial", disse o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análises de Saúde da OPS e da Organização Mundial da Saúde (OMS), Marcos Espinal, em uma nota.
As cifras foram divulgadas durante uma reunião da OPS sobre a prevenção e o controle da dengue, que reuniu autoridades latino-americanas, acadêmicos e cientistas entre quarta e quinta-feira em Washington. Segundo a organização regional de saúde, a urbanização não controlada, serviços básicos precários e a falta de ordenamento ambiental, além das mudanças climáticas, são fatores que contribuem para a disseminação da doença.
"Nas Américas, cerca de 500 milhões de pessoas vivem em risco de contrair dengue", indicou a OPS. No entanto, os contágios por dengue são inexistentes em Chile, Canadá e Uruguai. Apesar do aumento dos casos de dengue, a mortalidade provocada pela doença caiu de 0,07% para 0,05% nos últimos três anos, desde que a OPS implementou novas guias para o tratamento dos pacientes.
Segundo estimativas da OPS, 1.500 mortes foram evitadas no ano passado devido a um atendimento melhor, o que equivale a mais de 25% do total de óbitos causados pelo vírus na década anterior. A dengue se tornou motivo de preocupação para a Copa do Mundo, que começa em duas semanas, principalmente nas cidades de Fortaleza, Natal e Recife, segundo estudo publicado este mês na revista médica britânica The Lancet.