
“Quando se ingere uma refeição rica em proteínas e gorduras, por exemplo, é liberada colecistoquinina no intestino delgado — esse hormônio estimula a sensação de saciedade”, explica o nutricionista Renato França. Outro hormônio ligado à sensação de saciedade é a leptina, liberada pelas células adiposas. Quanto mais gordura corporal, maiores os níveis de leptina. “Pessoas obesas liberam mais leptina e poderiam ter menos apetite, mas grande parte delas têm resistência ao hormônio”, esclarece o nutricionista.

A comida certa também é importante — alimentos mais resistentes à mastigação favorecem a saciedade, assim como aqueles que demoram mais tempo para serem digeridos. “Alimentos macios, como massas, bolos e purês, que não exigem muita mastigação, comprometem a saciedade. O ideal é comer fibras vegetais, proteínas, alimentos integrais, vegetais crus, castanhas, frutas, alimentos quentes, carnes e laticínios”, afirma a nutricionista Lara Garcia.
Dê preferência a carboidratos integrais. Os refinados (pão, arroz branco e macarrão, por exemplo) promovem um aumento muito rápido de glicose no sangue. Para controlar a glicemia, o hormônio insulina entra em ação. O resultado é que a glicose retrocede rapidamente — e a sensação de fome volta. Lara Garcia deixa ainda uma dica: uma pesquisa recente revelou que o ácido acético presente no vinagre de maçã retarda o esvaziamento gástrico e pode ser mais um aliado na luta para emagrecer.
Finalmente, o aspecto psicológico não pode ser negligenciado. A ansiedade é um fator relevante, apesar de não ter a ver com os mecanismos biológicos da saciedade. “Pacientes ansiosos geralmente sofrem de fome emocional. Confundem a fome com a vontade de comer”, ressalta a nutricionista.