Aproximadamente 18% dos bebês que nascem com baixo peso sofrerão uma lesão renal aguda. O problema tem se tornado cada vez mais comum em crianças internadas, com uma incidência de quase 20% entre aquelas sob cuidado intensivo. A maior dificuldade, nesse caso, é que os equipamentos disponíveis para sanar a insuficiência renal foram projetados para adultos e precisam de adaptação quando usados em quem tem menos de 15 quilos, tornando o processo impreciso e precário.
Em um artigo publicado na edição especial da revista científica Lancet dedicada aos principais trabalhos em nefrologia, pesquisadores italianos apresentam um dispositivo de hemodiálise criado exclusivamente para bebês que pesem entre 2 quilos e 10 quilos. A equipe relata a primeira vez que o equipamento foi usado para salvar um recém-nascido na cidade de Vicenza, na Itália.
Em agosto de 2013, após ter submetido a nova máquina a todas as fases de testes in vitro e laboratoriais, o time de médicos liderados pelo professor Cláudio Ronco se deparou com um grave caso de falência múltipla de órgãos em uma recém-nascida com apenas 2,9 quilos e internada em uma unidade de terapia intensiva (UTI). A pequena paciente piorou, emagreceu e precisou da hemodiálise. O novo equipamento foi, então, utilizado. “Vinte e cinco dias após o nascimento e depois de mais de 400 horas de tratamento, a hemofiltração foi interrompida. A bebê foi extubada e começou a avançar para a completa alimentação oral”, detalha Ronco.
Nesse momento, segundo o líder do trabalho, a menina estava com a circulação sanguínea estável, a condição respiratória restaurada e pesava 3 quilos. “Depois de 30 dias do início do tratamento, ela estava respirando normalmente, sem oxigênio suplementar, fazendo quantidades adequadas de urina e tinha a função de fígado regular. Em 39 dias, recebeu alta da UTI”, complementou o pesquisador.
A nova máquina para terapia de substituição renal contínua (CRRT), nomeada de Carpediem (uma sigla para máquina de diálise pediátrica cardiorrenal de emergência e também referência a uma expressão latina que significa “aproveite o dia”), tem como principal vantagem, segundo Ronco, evitar erros no volume de ultrafiltração – a diálise feita com equipamentos adultos em crianças tem uma tendência a não ser precisa na retirada do líquido: tira muito ou pouco. “No primeiro caso, leva à desidratação e à perda de pressão arterial. Quando sai pouco líquido, acaba levando à pressão arterial elevada e a edemas”, explica.
O equipamento utiliza ainda um cateter menor do que o tradicional, podendo, assim, evitar lesões de vasos sanguíneos. “Esperamos que o nosso sucesso incentive o desenvolvimento de outras tecnologias médicas – por exemplo fluidos e monitores – especificamente projetadas para bebês e crianças pequenas”, defende Ronco, que apresentará o estudo em Amsterdã, durante o congresso da Associação Renal Europeia e da Associação Europeia de Transplante e Diálise, com início previsto para o próximo dia 31.
Em um artigo publicado na edição especial da revista científica Lancet dedicada aos principais trabalhos em nefrologia, pesquisadores italianos apresentam um dispositivo de hemodiálise criado exclusivamente para bebês que pesem entre 2 quilos e 10 quilos. A equipe relata a primeira vez que o equipamento foi usado para salvar um recém-nascido na cidade de Vicenza, na Itália.
Em agosto de 2013, após ter submetido a nova máquina a todas as fases de testes in vitro e laboratoriais, o time de médicos liderados pelo professor Cláudio Ronco se deparou com um grave caso de falência múltipla de órgãos em uma recém-nascida com apenas 2,9 quilos e internada em uma unidade de terapia intensiva (UTI). A pequena paciente piorou, emagreceu e precisou da hemodiálise. O novo equipamento foi, então, utilizado. “Vinte e cinco dias após o nascimento e depois de mais de 400 horas de tratamento, a hemofiltração foi interrompida. A bebê foi extubada e começou a avançar para a completa alimentação oral”, detalha Ronco.
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A nova máquina para terapia de substituição renal contínua (CRRT), nomeada de Carpediem (uma sigla para máquina de diálise pediátrica cardiorrenal de emergência e também referência a uma expressão latina que significa “aproveite o dia”), tem como principal vantagem, segundo Ronco, evitar erros no volume de ultrafiltração – a diálise feita com equipamentos adultos em crianças tem uma tendência a não ser precisa na retirada do líquido: tira muito ou pouco. “No primeiro caso, leva à desidratação e à perda de pressão arterial. Quando sai pouco líquido, acaba levando à pressão arterial elevada e a edemas”, explica.
O equipamento utiliza ainda um cateter menor do que o tradicional, podendo, assim, evitar lesões de vasos sanguíneos. “Esperamos que o nosso sucesso incentive o desenvolvimento de outras tecnologias médicas – por exemplo fluidos e monitores – especificamente projetadas para bebês e crianças pequenas”, defende Ronco, que apresentará o estudo em Amsterdã, durante o congresso da Associação Renal Europeia e da Associação Europeia de Transplante e Diálise, com início previsto para o próximo dia 31.