saiba mais
-
Colesterol interfere na infecção do HIV
-
Cientistas identificam proteína que leva os anticorpos a neutralizarem o HIV
-
Caso raro de transmissão de HIV entre mulheres é divulgado nos EUA
-
HIV traiçoeiro: vírus ainda assombra perfil diversificado de pessoas
-
Pesquisa brasileira descobre que HIV impede ação do vírus da gripe
A pesquisa foi publicada no último sábado na versão on-line da revista científica da Public Library of Science (Plos One) e revelou uma nova faceta de uma proteína que conhecidamente já estava envolvida no processo, mas, até então, de uma forma diferente do que foi verificado: a Alix, que é a abreviação para proteína x interagindo com alg- 2. Quando o HIV se multiplica dentro de uma célula humana, uma proteína chamada Gag compõe a maior parte das novas partículas – há 4 mil cópias de Gag em uma partícula do vírus. Experiências como a conduzida pela equipe do virologista Saveez Saffarian buscam “partículas semelhantes a vírus” que tenham as partes do HIV despojadas de código genético ou genoma e não representem um risco de infecção no laboratório. “Elas mantêm a mesma geometria e o mesmo processo de brotamento que o HIV infeccioso”, define Saffarian.
A aposta nesse tipo de célula permite que seja possível observar o processo de infecção e “brotamento” do HIV na célula humana in vitro sem interferir nele. Dessa forma, os cientistas perceberam que a proteína Alix se envolve apenas nos estágios finais do processo de replicação, em vez de interagir antes, como era esperado. “Observamos uma célula de cada vez e usamos uma câmera digital e um microscópio especial para fazer filmes e fotos do processo de brotamento”, detalha Saffarian. Ele conta que foi possível observar as partículas de Alix recrutadas para o brotamento, o que é o grande diferencial do trabalho.
Vale reforçar que a descoberta não tem qualquer implicação clínica imediata ou mesmo significa que a Alix pode ser uma nova aposta de medicamento. “Sabemos muito sobre as proteínas que ajudam o HIV a sair da célula, mas não sabemos como elas se unem para ajudar o vírus a sair. Será nos próximos 10 a 20 anos que vamos saber muito mais sobre esse mecanismo”, explica Saffarian.