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Atenção! O número de telefone para inscrições no curso de horta caseira foi alterado no fim da matéria.
Bancário aposentado, Marcelo Ramos dos Santos, 47 anos, é casado e tem dois filhos. Um problema de saúde há mais ou menos dois anos despertou o interesse dele pela busca de hábitos mais saudáveis. Um ardor constante na coluna – em função da fibromialgia -, seguido de problemas intestinais e de hemorroida fizeram com que o pai de Natalie, 19 anos, e Thiago, 14, começasse a plantar os próprios alimentos. A família mora em uma casa em Belo Horizonte e hoje acumula mais de cem vasos plantados, canteiros variados e árvores diversas de frutas. “Meu contato com a horta caseira melhorou meu estado de saúde”, afirma.
Hoje ele integra o programa ‘Horta em Casa e Vida Saudável’, da Fundação Mokiti Okada - M.O.A. como fornecedor de mudas a serem repassadas a iniciantes interessados em semear, plantar e colher a própria comida. Coordenadora da fundação em Minas Gerais, Rosamara de Souza Gonçalves avisa que a horta caseira pode existir em qualquer espaço, isso inclui apartamento. “Um dos conceitos desse programa é desfazer a ideia de que, para plantar, é necessário um grande espaço”, explica. Só em Minas Gerais, o projeto já conseguiu orientar dois mil praticantes que estão sendo acompanhados periodicamente por especialistas.
Para começar, terra e vaso de planta. Para cultivar, água e sol. Para colher, cuidado, amor e respeito pela terra. “A terra é um corpo vivo. Independentemente de estar num vaso ou no chão, ela tem o mesmo valor”, salienta Rosamara. Para os seguidores do estilo de vida proposto por Mokiti Okada, japonês nascido em Tóquio e que viveu até 1955, o alimento cultivado sem qualquer produto químico oferece – além dos nutrientes e calorias – o que eles chamam de energia vital. “A planta absorve essa energia do sol, da água e do solo. A energia vital é a manifestação dessa força”, explica a coordenadora da M.O.A. em Minas.
Em longo prazo, a ideia da horta caseira é funcionar como uma dispensa que se renova e segue o ritmo que cada planta leva para se tornar adulta. “A única matéria orgânica que poderia ser utilizada no modelo de horta caseira proposto por Okada é o uso de folhas secas. Não usamos nem adubo animal, apenas o que nasceu da terra”, explica Rosamara. Dentro dessa perspectiva, não existiria terra fraca. “O ser vivo vai responder como ele é tratado. Qualquer hortaliça e qualquer legume podem ser plantados em vasos, o importante na horta caseira é respeitar a terra como um ser vivo”, sintetiza ela.
Para quem tem interesse, Rosamara sugere começar pela alface. “É uma planta mais fácil de cuidar, que a pessoa vê o resultado rápido e vai se sentir motivada ao observá-la se desenvolver. É muito prazeroso”, diz. Ela revela a própria experiência com o cultivo da hortaliça. “Cultivei um pé de alface num vaso de planta. Somos três pessoas na minha casa e usamos a verdura em três refeições distintas. A textura do alimento orgânico é diferente. O sabor e o cheiro também”, descreve. Outra sugestão é que a própria semente da hortaliça seja usada no replantio. Rosamara faz um alerta aos desavisados: “Em Belo Horizonte só temos uma marca de sementes que é orgânica”.
No Brasil, consumir alimento orgânico é caro. Por isso, a horta caseira pode ser uma alternativa para as famílias que têm essa preocupação, mas que não têm dinheiro para bancar esse padrão de consumo. “Depois que alguém experimenta o sabor de um alimento orgânico, passa a demandar – enquanto consumidor – produtos naturais. E é essa consciência de quem compra que vai mobilizar o mercado a oferecer cada vez mais alimentos livres de agrotóxicos e consequentemente, mais baratos”, defende. “Não é a quantidade de alimento que deixa as pessoas vivas. Pelo contrário, é a qualidade. Você sabia que ao optar por produtos inorgânicos você está consumindo quatro quilos de agrotóxico por ano?”, pergunta Rosamara.
Com o objetivo de formar novos adeptos da horta em ambiente doméstico, a Fundação Mokiti Okada promove, no próximo sábado (24), um curso gratuito sobre como começar. O encontro acontece na Rua Ouro Preto, 756, em Belo Horizonte entre 9h30 e 17h15. Para se inscrever, entre em contato no (31) 3337-6469 ou (31) 3292-2036.