Os cientistas detectaram 109 cepas deste vírus, das 148 conhecidas, em amostras de tecidos provenientes da pele, vagina, cavidade bucal e intestinos de adultos saudáveis, segundo trabalhos apresentados na conferência da Sociedade Americana de Microbiologia, celebrada em Boston (Massachusetts, nordeste).
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"A fauna microbiana do HPV em pessoas com boa saúde é surpreendentemente mais vasta e complexa do que pensávamos", afirmou Yingfei Ma, pesquisadora da faculdade de Medicina de Langone, da Universidade de Nova York e principal autora do estudo.
"São necessários mais controles e pesquisas para determinar como as cepas destes papilomas que não causam câncer interagem com as cepas responsáveis por tumores cancerosos, os genótipos 16 e 18, e explicar porque estas cepas causam câncer", acrescentou.
Enquanto a maior parte destes vírus parece até agora inofensiva e permanece "adormecida" durante anos, sua presença abundante no organismo sugere a existência de um delicado equilíbrio, no qual as cepas virais se neutralizam reciprocamente e evitam que outras, mais patogênicas, se multipliquem de forma incontrolável, explicaram os pesquisadores.
As infecções por estes vírus parecem acontecer por meio do contato com a pele. O HPV continua sendo a fonte de infecção venérea mais frequente nos Estados Unidos. Segundo infectologistas, quase todos os homens e mulheres contraíram algum subtipo em um momento da vida.
Os resultados da pesquisa, disseram, lançam luz sobre as fragilidades dos exames atuais para detectar o HPV, desenvolvidos para identificar apenas uma dezena de cepas, mais vinculada ao desenvolvimento do câncer de útero.