Belo Horizonte — Cientistas norte-americanos anunciaram a descoberta de uma diferença no cérebro feminino de pessoas com esclerose múltipla (EM) que pode explicar por que a doença atinge muito mais mulheres do que homens. Os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington identificaram que elas são mais suscetíveis à doença porque produzem níveis maiores da proteína S1PR2.
“Foi um momento ‘bingo’ quando nossos estudos genéticos nos levaram exatamente ao receptor correto”, disse a pesquisadora sênior Robyn Klein, uma das autoras do trabalho publicado, na última sexta-feira, no The Journal of Clinical Investigation. “Quando analisamos o funcionamento dessa proteína em camundongos, descobrimos que, quando ativada, a S1PR2 permite que os glóbulos brancos (células de defesa do organismo) atravessem os vasos sanguíneos até o cérebro. E são essas células que causam a inflamação que leva à esclerose.”
A neurocientista e a equipe de pesquisadores estudaram ratos induzidos para ter esclerose múltipla e cujas fêmeas desenvolviam a doença com mais frequência. Eles observaram a atividade dos genes em regiões em que a doença é mais ativa no cérebro feminino e em áreas às quais a desordem não chega. Foram identificados 20 genes ativos em diferentes níveis e em regiões vulneráveis no cérebro feminino. Não foi possível identificar como 16 desses genes agem nas cobaias e, entre os restantes, observou-se que o aumento da atividade da S1PR2 havia se sobressaído.
Fazendo experimentos adicionais, os cientistas perceberam que a S1PR2 tornou acessível a abertura de uma barreira natural que normalmente bloqueia substâncias potencialmente nocivas de entrar no cérebro. Quando aberta, ela parece permitir que as células inflamatórias que causam a EM entrem no sistema nervoso central. “Observamos também que, ao bloquearmos a S1PR2 nos ratos, evitamos que os glóbulos brancos entrassem no cérebro causando a doença”, acrescenta Klein.
Os pesquisadores testaram ainda amostras de tecido cerebral obtidas de 20 pacientes que já haviam morrido e encontraram mais S1PR2 nos cérebros daqueles com esclerose múltipla. O tecido cerebral feminino também apresentou níveis mais altos de S1PR2 do que o masculino. O próximo passo da equipe será monitorar os níveis da proteína em pessoas vivas. Para isso, o grupo projeta, com ajuda de químicos, um rastreador capaz de realizar esse trabalho.
A pesquisadora espera que o trabalho leve a uma compreensão mais completa de como a S1PR2 contribui para a esclerose múltipla. “Esse é um primeiro passo importante a fim de resolvermos o mistério de por que as taxas de esclerose múltipla são dramaticamente maiores em mulheres e na busca de melhores formas de reduzir a incidência da doença e controlar os sintomas dela”, avalia Klein.
Lesões cerebrais
Na esclerose múltipla, o organismo confunde células saudáveis do sistema nervoso central com intrusas. Esse processo, cuja a incidência é quatro vezes maior nas mulheres, resulta em lesões cerebrais que bloqueiam ou retardam a transmissão dos impulsos nervosos, gerando os diversos sintomas da doença, como perda de visão temporária e comprometimento da coordenação motora.
“Foi um momento ‘bingo’ quando nossos estudos genéticos nos levaram exatamente ao receptor correto”, disse a pesquisadora sênior Robyn Klein, uma das autoras do trabalho publicado, na última sexta-feira, no The Journal of Clinical Investigation. “Quando analisamos o funcionamento dessa proteína em camundongos, descobrimos que, quando ativada, a S1PR2 permite que os glóbulos brancos (células de defesa do organismo) atravessem os vasos sanguíneos até o cérebro. E são essas células que causam a inflamação que leva à esclerose.”
A neurocientista e a equipe de pesquisadores estudaram ratos induzidos para ter esclerose múltipla e cujas fêmeas desenvolviam a doença com mais frequência. Eles observaram a atividade dos genes em regiões em que a doença é mais ativa no cérebro feminino e em áreas às quais a desordem não chega. Foram identificados 20 genes ativos em diferentes níveis e em regiões vulneráveis no cérebro feminino. Não foi possível identificar como 16 desses genes agem nas cobaias e, entre os restantes, observou-se que o aumento da atividade da S1PR2 havia se sobressaído.
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Os pesquisadores testaram ainda amostras de tecido cerebral obtidas de 20 pacientes que já haviam morrido e encontraram mais S1PR2 nos cérebros daqueles com esclerose múltipla. O tecido cerebral feminino também apresentou níveis mais altos de S1PR2 do que o masculino. O próximo passo da equipe será monitorar os níveis da proteína em pessoas vivas. Para isso, o grupo projeta, com ajuda de químicos, um rastreador capaz de realizar esse trabalho.
A pesquisadora espera que o trabalho leve a uma compreensão mais completa de como a S1PR2 contribui para a esclerose múltipla. “Esse é um primeiro passo importante a fim de resolvermos o mistério de por que as taxas de esclerose múltipla são dramaticamente maiores em mulheres e na busca de melhores formas de reduzir a incidência da doença e controlar os sintomas dela”, avalia Klein.
Lesões cerebrais
Na esclerose múltipla, o organismo confunde células saudáveis do sistema nervoso central com intrusas. Esse processo, cuja a incidência é quatro vezes maior nas mulheres, resulta em lesões cerebrais que bloqueiam ou retardam a transmissão dos impulsos nervosos, gerando os diversos sintomas da doença, como perda de visão temporária e comprometimento da coordenação motora.