Stephen Sutton, jovem britânico de 19 anos que arrecadou a impressionante marca de £3,1 milhões, ou seja, R$11,47 milhões, precisou responder neste domingo a um doador que disse “se sentir enganado”. No twitter, o usuário havia dito que muitas pessoas estavam se “sentindo enganadas” pelo fato de Stephen ter usado sua doença para arrecadar fundos, uma vez que ele havia melhorado e saído do hospital. “Desculpe desapontá-lo. Você sabe, eu ainda tenho câncer e ele ainda é incurável, se é que isso faz com que você se sinta menos enganado”, respondeu Sutton.
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Os recursos arrecadados durante a campanha serão direcionados à instituição Teenage Cancer Trust, dedicada a melhorar a vida dos jovens com câncer. A meta inicial era de 'apenas' £1 milhão. A reação ao tweet do 'doador enganado' foi imediata, com centenas de pessoas respondendo ao autor da crítica, cuja conta foi excluída do microblog.
Mais tarde, Stephen disse que não esperava tanta repercussão. “Só dei uma resposta rápida, não pensei em nada. Não me sinto afetado por essa mensagem. No mundo todo há pessoas cínicas, é uma pena, mas não vamos ser agressivos por causa disso. Vamos nos concentrar nas pessoas boas”, completou.
Jovens engajados, não enganados
A história de Stephen, assim como a de Malala Yousafzai, a adolescente paquistanesa baleada por defender o direito à educação para as meninas em seu país, são exemplos apontados como prova de uma teoria das ciência sociais: os jovens de hoje estão cada vez mais engajados socialmente. As ferramentas usadas para fazer a diferença é que mudaram.
De acordo com a pesquisa "Apresentando a Geração Cidadã / Demos", do Serviço Nacional do Cidadão do Reino Unido, os jovens da geração atual não acreditam em políticos ou intermediários, e preferem convocar a colaboração por meio de seu computador ou smartphone. “Chamamos os meninos de 14 a 17 anos de geração C porque são mais conectados que todas as outras gerações, mas também porque são muito mais cidadãos”, destacam os autores do estudo.
A pesquisa apontou que 80% dos jovens entrevistados achavam que sua geração era mais engajada socialmente do que as anteriores. Essa visão era compartilhada por 56% dos professores. Os docentes acreditavam também que os jovens atuais eram 88% mais propensos a se voluntariar por uma causa do que a sua própria geração.
A pesquisa tem sido usada por instituições de caridade no mundo todo para definir estratégias de aproximação junto aos jovens. “A ideia de que as novas gerações são alienadas é injusta e está segurando a onda deles. Os jovens poderiam fazer muito mais”, disse Michael Lynas, diretor do NCS.