De acordo com o ortopedista Hugo Cobra, chefe do Centro de Cirurgia de Joelho do Into, ficou comprovado que o osso transplantado é incorporado ao paciente.
“A gente fez um levantamento sobre esses transplantes ósseos, para saber se isso incorporava, passava a ser uma estrutura viva ou era reabsorvido, e a grande maioria se integrou ao paciente. Então, isso cria a possibilidade de você repor o estoque ósseo do paciente, fazer a troca de prótese e fazer uma terceira prótese, se for o caso”.
Cobra explica que isso é importante para os pacientes mais jovens, que normalmente precisam substituir a prótese no futuro, já que a vida útil do componente fica entre 15 e 20 anos. “O interessante é justamente essa incorporação, porque você pega um osso do doador, coloca no receptor, e esse osso a gente provou que entre 80% e 90% das vezes ele passa a ser uma estrutura viva para o receptor, ele passa a ser nutrido pelo receptor. Com isso, você pode fazer a cirurgia com mais segurança em pacientes mais jovens”.
A técnica já é usada no Rio de Janeiro, mas é pouco difundida por causa da necessidade de materiais novos e também de material doado, segundo o médico, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Joelho.
“Essa técnica não é muito difundida porque a gente tem dificuldade com o banco de ossos. No Brasil, acho que só temos três ou quatro bancos desses. Temos duas opções de doador: o vivo, se for uma prótese de quadril, você pode captar a cabeça do fêmur; ou o doador morto, com até seis horas após a morte. Há uma série de procedimentos e a captação é feita pelo Rio Transplantes”. No ano passado, o Into fez 1.525 cirurgias de joelho, sendo 737 artroplastias primárias e 62 de revisão com enxerto ósseo.