

“Tudo que tem nos suplementos é possível conseguir por meio de uma alimentação saudável, mas como as pessoas têm dificuldade de ter uma rotina de refeições adequada, aumenta a busca por esses produtos, cada vez mais acessíveis”, afirma o nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) Guilherme Giorelle. Ademir Valério, farmacêutico e presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) reconhece que, mesmo aqueles que têm disciplina, podem não encontrar nos alimentos os minerais e vitaminas necessários. “Nosso solo está cada vez mais pobre e tem cada dia menos condições de suprir esses índices diários”, alerta.
Por isso a forte tendência de encapsular todo tipo de nutriente indicado para a dieta. Até detox em cápsula já está disponível para equilibrar as toxinas do corpo depois de alguns excessos na alimentação. “Para aqueles que precisam de suplementação de colina, vitamina C e E, fosfatidilcolina e clorofila e que não consomem a dose recomendada no dia a dia, essa pode ser uma boa alternativa”, afirma o farmacêutico Kali Nardino.
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HÁ LIMITES Tanta facilidade, porém, exige cuidados. Tomar suplementos por conta própria ou baseado nos resultados positivos obtidos por amigos e parentes pode ter efeitos contrários aos esperados. “O excesso de determinadas vitaminas é tão maléfico quanto o benefício”, alerta Ademir Valério. As quantidades indicadas para cada pessoa devem ser repassadas por um profissional, seja ele nutrólogo, nutricionista ou farmacêutico. Além dos hábitos, rotina e características físicas do paciente – a famosa anamnese –, ainda serão realizados exames clínicos para identificar o que realmente deve ser reposto.
“O excesso de vitamina A, por exemplo, pode provocar lesões na pele”, alerta Ademir. E tem mais. Problemas oftalmológicos, sonolência e até queda de cabelo podem estar relacionados com o consumo indiscriminado dessa vitamina, reconhece o nutrólogo Giorelle. A reposição, portanto, deve ser indicada para quem apresenta algum tipo de carência e não deve ser generalizada. “Nada se compara aos resultados da alimentação”, afirma o nutrólogo.
No caso das proteínas, no entanto, os efeitos podem ser potencializados. “O consumo de suplementos proteicos oferece uma quantidade muito superior a que se encontra em um bife, por exemplo”, pondera o especialista. Mas também deve ser prescrito para quem realmente fará bom uso desta carga extra, em especial pessoas com forte ritmo de treinamento e atletas de alta performance. Em dosagens excessivas, a proteína pode afetar os rins e o coração.
Verificar se o paciente tem ou não alguma doença ou alterações sanguíneas também é importante para definir as quantidades a serem ingeridas. “A pessoa pode ter o colesterol alto e não saber. Se consumir proteína, poderá haver uma sobrecarga renal”, alerta o especialista. Até o momento ideal para a ingestão deverá ser indicado pelo profissional especialista de acordo com os objetivos. Vale lembrar que para obter os melhores resultados, seja da proteína ou de qualquer outro suplemento, é fundamental buscar o equilíbrio com a prática de atividades físicas e com o restante da alimentação. Manter a rotina e apenas ingerir cápsulas, barras e shakes enriquecidos certamente não trará melhorias.