A terapia hormonal pode aumentar a sobrevivência de pacientes de câncer de próstata. Em combinação com radioterapia, esse tratamento diminuiu em 47% a progressão bioquímica da doença, que se refere ao aumento dos valores da proteína PSA no sangue. No encontro anual da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia, pesquisadores do Hospital Universitário de Grenoble, na França, defenderam uma nova abordagem clínica para homens com pequenos tumores de próstata, confinados à glândula, mas com risco de crescimento e espalhamento.
“Embora seja preciso um acompanhamento maior para termos certeza sobre o impacto desse tratamento na sobrevivência dos pacientes, nossa descoberta precisa ser considerada no dia a dia da prática clínica”, disse o radiologista oncológico Michael Bolla, um dos autores do estudo. De acordo com ele, a pesquisa demonstrou que, independentemente da dosagem, as sessões de rádio foram mais eficazes quando aliadas à terapia de deprivação androgênica. “Por isso, ao se discutir o regime terapêutico do paciente, essa abordagem deve ser uma das opções propostas para homens com câncer de próstata localizado que tem um risco intermediário ou alto de aumentar e se espalhar”, disse.
Bolla e colegas de 37 centros de 14 países recrutaram mais de 800 homens para um teste clínico. Os pacientes apresentavam tumores de próstata em estágio inicial, um diagnóstico feito pela análise de amostras da biópsia e dos níveis de antígeno prostático específico (PSA). Além disso, essas pessoas corriam risco de sofrerem metástases em outras partes do corpo.
Os cientistas dividiram os pacientes em dois grupos. Parte recebeu apenas radioterapia, o tratamento padrão, enquanto o outro grupo também foi submetido a duas injeções subcutâneas de um hormônio chamado LH-RH análogo, que diminiui os níveis de testosterona. A aplicação inicial ocorreu com a primeira sessão de radiação, e a segunda depois de três meses. Em seguida à primeira injeção, os níveis de testosterona sobem bastante antes de cair para dosagens muito baixas. Esse efeito é chamado de lampejo e, para preveni-lo, os pacientes também tomaram medicamento oral, a bicalutamida.
Eles foram acompanhados por uma média de 7,2 anos. Independentemente da dose de radiação aplicada, os 403 homens que receberam os dois tratamentos tiveram um risco significativamente menor de sofrer um relapso da doença em comparação com os 407 pacientes que receberam apenas radioterapia. No grupo da terapia combinada, 118 homens tiveram progressão bioquímica do tumor; no outro, foram 201 ocorrências.
“Esses resultados mostram que, em homens com câncer de próstata localizado em risco de recorrência ou metástase, a adição de seis meses de tratamento hormonal à radioterapia prolonga a sobrevivência desses pacientes, sem que a doença progrida”, concluiu Bolla. O professor Vincenzo Valentini, presidente do Congresso da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia e pesquisador do Policlinico Universitario A. Gemelli, em Roma, comentou: “Esses resultados são muito importantes e podem mudar a prática médica. Está claro que o tratamento hormonal melhorou o prognóstico dos pacientes. Essa opção deve, agora, ser considerada para todos os homens com tumor de próstata que estão em risco de crescimento e espalhamento”.
“Embora seja preciso um acompanhamento maior para termos certeza sobre o impacto desse tratamento na sobrevivência dos pacientes, nossa descoberta precisa ser considerada no dia a dia da prática clínica”, disse o radiologista oncológico Michael Bolla, um dos autores do estudo. De acordo com ele, a pesquisa demonstrou que, independentemente da dosagem, as sessões de rádio foram mais eficazes quando aliadas à terapia de deprivação androgênica. “Por isso, ao se discutir o regime terapêutico do paciente, essa abordagem deve ser uma das opções propostas para homens com câncer de próstata localizado que tem um risco intermediário ou alto de aumentar e se espalhar”, disse.
Bolla e colegas de 37 centros de 14 países recrutaram mais de 800 homens para um teste clínico. Os pacientes apresentavam tumores de próstata em estágio inicial, um diagnóstico feito pela análise de amostras da biópsia e dos níveis de antígeno prostático específico (PSA). Além disso, essas pessoas corriam risco de sofrerem metástases em outras partes do corpo.
Os cientistas dividiram os pacientes em dois grupos. Parte recebeu apenas radioterapia, o tratamento padrão, enquanto o outro grupo também foi submetido a duas injeções subcutâneas de um hormônio chamado LH-RH análogo, que diminiui os níveis de testosterona. A aplicação inicial ocorreu com a primeira sessão de radiação, e a segunda depois de três meses. Em seguida à primeira injeção, os níveis de testosterona sobem bastante antes de cair para dosagens muito baixas. Esse efeito é chamado de lampejo e, para preveni-lo, os pacientes também tomaram medicamento oral, a bicalutamida.
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“Esses resultados mostram que, em homens com câncer de próstata localizado em risco de recorrência ou metástase, a adição de seis meses de tratamento hormonal à radioterapia prolonga a sobrevivência desses pacientes, sem que a doença progrida”, concluiu Bolla. O professor Vincenzo Valentini, presidente do Congresso da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia e pesquisador do Policlinico Universitario A. Gemelli, em Roma, comentou: “Esses resultados são muito importantes e podem mudar a prática médica. Está claro que o tratamento hormonal melhorou o prognóstico dos pacientes. Essa opção deve, agora, ser considerada para todos os homens com tumor de próstata que estão em risco de crescimento e espalhamento”.