Segundo informou nesta segunda-feira (7) a presidenta da Socerj, Olga Ferreira de Souza, embora não haja estatística brasileira, estima-se que essa doença cause a morte de 250 mil a 300 mil pessoas por ano no Brasil. “Um pouco menos que nos Estados Unidos”, comentou. Lá, a morte súbita mata de 350 mil a 450 mil pessoas por ano.
As pessoas que apresentam risco de morte súbita são pacientes que já sofreram infarto; têm uma disfunção no coração, uma doença no músculo cardíaco, ou seja, o coração crescido; ou apresentam alguma cardiopatia e outras doenças que ocorrem no músculo do coração. Um número menor de pessoas com risco engloba pacientes jovens com arritmia de origem genética. “Se você calcular o número de pessoas que têm infarto no Brasil, ou evoluem para insuficiência cardíaca, esse número é enorme. Daí essa estatística que nos assusta de morte súbita”, enfatizou a especialista.
De acordo com a presidenta da Socerj, 50% dos pacientes que infartam, morrem antes de chegar ao hospital para receber o primeiro atendimento. “Porque a causa da morte é uma arritmia. Nós tratamos de 50%, os sobreviventes, porque dá tempo de chegar com dor, com alguma coisa que a gente consegue entender”.
O 31º Congresso de Cardiologia da Socerj pretende debater como identificar esses pacientes de maior risco, seja o jovem que quer desenvolver alguma atividade física, quer ser atleta, seja aquele que já tem uma doença. Ao fazer a identificação do grupo de risco, Olga Ferreira de Souza disse que é possível prevenir a morte súbita. Basta que o paciente implante de um marcapasso chamado cardioversor-desfibrilador.
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Segundo a cardiologista, esse procedimento já vem sendo usado no mundo todo há alguns anos, inclusive na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). “Ainda é uma tecnologia cara, mas faz a diferença. Salva vidas entre os pacientes de maior risco”, esclareceu.
A identificação desse grupo de risco é que não vem sendo feita, salientou. O congresso quer alertar para a importância dessa investigação, para que os pacientes possam se beneficiar dessa terapia. “Pelo sistema de saúde complexo, nosso, nem todo mundo tem acesso a essa investigação e ao tratamento com essa tecnologia”. A ideia é disseminar o trabalho de identificação do grupo de risco, entre os especialistas, reiterou a presidenta da Socerj.