saiba mais
-
Justiça retira mãe em trabalho de parto de casa para obrigá-la a fazer uma cesariana
-
Fundadora do Movimento Parto Ativo passa pelo Brasil e defende liberdade da mulher
-
Parto normal: é possível com bebê sentado e depois de duas cesáreas? Veja histórias
-
Exame de grávida obrigada a fazer cesariana mostra 40 semanas de gestação
O vídeo foi gravado no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes e o pai da criança, Emerson Guimarães, autorizou a publicação no Portal Uai. Com duração de pouco mais de 4 minutos, Adelir Carmem Lemos de Góes segura a filha nos braços e começa dizendo que se sente frustrada: “Na hora que estava de cinco em cinco minutos as contrações, chegou a polícia, chegou o oficial de justiça com viatura, com ambulância. (...) Eles ficaram me aterrorizando dizendo que se eu não cumprisse o mandado meu marido, naquela hora que eu estava precisando dele, iria ser preso”.
Apesar de existir uma lei federal que garante o direito de acompanhante durante o parto, seja na rede pública ou privada do Brasil, Emerson foi impedido pelo hospital de ver o nascimento da filha. Conheça a lei:
Adelir relata ainda que ouviu a médica dizer para outra pessoa que ela já estava com 9cm de dilatação quando chegou ao hospital. Sobre a alegação médica de parto pélvico (quando o bebê está sentado), ela esclarece que avisou que gostaria de uma segunda opinião e que pagaria naquele dia por um exame em uma clínica particular. Depois de se negar a permanecer no local para uma cesariana imediata, Adelir afirma que foi obrigada a assinar um documento como se “estivesse fugindo” do local. “Eu aceitei assinar, mesmo como fugitiva daqui, porque o acordo que eu tinha feito com as enfermeiras do posto era de que eu viria aqui só para ser avaliada e já queriam me segurar para o parto cesárea. Eu assinei para poder sair daqui para tentar entrar em trabalho de parto em casa”, diz.
Já diante do mandado judicial, na madrugada de 1º de abril, a doula que acompanhava Adelir, Stephany Hendz, sugeriu à equipe de saúde da ambulância que ela fosse levada para a cidade de Araranguá, onde tem equipe de parto humanizado e o parto normal poderia ser tentado. “Mas não deixaram e me trouxeram para cá, para Torres”, narra.
“Eu queria estar mais feliz por minha filha estar sadia, mas se fosse trabalho de parto normal eu já estaria em casa – eu tenho uma outra bebê – e o leite teria descido, o leite não desceu até agora porque parto cesárea demora mais o leite descer”, encerra.
Assista:
Se você tem dúvidas sobre a indicação de cesariana, a obstetra e professora da Universidade Federal da Paraíba, Melania Amorim detalha as razões reais e fictícias para o procedimento cirúrgico. Clique e leia.