Cristiana Marzagão, especialista em dermatologia pela Santa Casa de São Paulo, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, afirma que o fundamental é “a cabeça ficar limpa, já que o excesso de oleosidade no couro cabeludo pode levar à dermatite seborreica (conhecida pelos nomes de seborreia, caspa ou eczema), que leva à queda dos cabelos”. Portanto, é mito pensar que quem lava demais os cabelos contribui para a queda dos fios. “Estudo com nadadores comprovou que lavar demais ou deixar molhado os cabelos não os fará cair. O ruim é deixá-lo abafado, porque vai aumentar a oleosidade. E é bom salientar que cabelo não mofa.”
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A dermatologista diz que espuma é sinal de limpeza. Por isso, é recomendável repetir a aplicação do xampu. “Agora, se lavar os cabelos todos os dias, não é necessário.” Cristiana enfatiza que o importante é escolher o xampu certo para cada tipo de cabelo: seco, oleoso, misto e normal. “Ao contrário do que pensam, quem tem cabelo oleoso deve usar condicionador, já que sua função é fechar as escamas.” Claro, é só ter cuidado em não passar na raiz, escolher um produto que não vai deixá-lo “pesado” e enxaguar bem.
Para Cristiana, o xampu seco é indicado para momentos de sufoco. Precisa ir a um evento e não teve tempo para lavar o cabelo? “Ele é uma espécie de talco que puxa a oleosidade, tira o excesso e dá um efeito de cabelo solto por curto prazo.” Já o produto antirresíduo, ela recomenda para quem deseja limpeza profunda, tirar uma química mais rápido ou mesmo as substâncias que acumulam nos fios devido ao uso de um xampu por longo período. “Também não é para todo dia porque tira o condicionamento natural do cabelo, além da tinta e alisamentos.”
Quanto aos cabelos secos, lavar mais ou menos pode ressecá-los, mas também afetam maus-tratos como exagero de produtos químicos (tintas e colorações), luzes e alisadores. Cristiana propõe a troca esporádica do xampu. “Não tem tempo definido, mas é interessante mudar porque há substâncias diferentes com propriedades distintas que vão beneficiar o cabelo. Troque dentro da mesma linha, sem abrir mão do tipo ideal para seus fios. Quem puder, indico usar de dois a três xampus, cada dia escolha um.”
SAL
A eterna dúvida do xampu com ou sem sal, na verdade, é um mito. Ou marketing puro. “Todo xampu tem sal na formulação ou outra substância similar. O sal é que dá consistência de xampu. E não tem essa de produto com mais sal, já que o excesso vai desandar a fórmula.” Quanto ao receio dos riscos, principalmente de alergia, causada pelo lauril sulfato de sódio (na fórmula de todo xampu), Cristiana explica: “O laurilsulfato de sódio é um detergente desengordurante eficaz e barato, também encontrado nos produtos para lavar louça, roupa, chão, etc. É usado há anos em xampus. Quem tem alergia precisa consultar o médico e acredito que não será pela quantidade, mas qualidade do produto.”
Xampu caro é o melhor? Cristiana diz que a diferença com o barato está no fato de o primeiro agregar mais benefícios por ter formulação mais rica, com aminoácidos, silicones e outros ativos como pitanga (hidratante), hortelã, hamamélis, que encarecem. “O mais barato, com substâncias menos elaboradas na manutenção da cosmética (beleza) dos fios, tem como função apenas limpar.”
DICAS
1) Escolha sempre um xampu de acordo com seu tipo de cabelo
2) As lavagens devem ser frequentes, no mínimo três vezes por semana, para todos os tipos de cabelo. Mas a melhor decisão é: lavar com a frequência necessária para deixar o cabelo limpo. Se for todo dia não tem problema
3) Os condicionadores devem ser utilizados em todos os tipos de cabelos, mesmo nos oleosos, sempre nas pontas e enxaguando todo o produto
4) Os produtos leave-in (produtos que não necessitam remoção) não devem ser utilizados em cabelos oleosos ou com dermatites
5) Nos dias de praia ou piscina opte por um xampu antirresíduos e não deixe de usar um bom condicionador nos fios
6) Para cabelos louros, um xampu anticloro está indicado, já que os cabelos podem ficar esverdeados pela ação dessa substância
7) Sol danifica os fios, principalmente dos cabelos claros. O excesso de radiação aumenta a porosidade do fio, diminuiu a resistência e aumenta a aspereza, tornando-o duro, opaco e seco, com redução na sua capacidade de manter-se hidratado
Fonte: www.cristianamarzagao.com.br
Se a onda do podrinho pega...
Os cabelos sedosos, cheios de movimento e com brilho dignos de diva de Hollywood perderam definitivamente sua unanimidade no tapete vermelho, nas passarelas e nas cabeças de celebridades. A tendência em acabamento de cabelo anda inclinada para o lado oposto: o de cabelos tão opacos que chegam a parecer danificados. A onda do matte, o efeito opaco que ganhou muitos fãs na maquiagem para bases e batons, acabou chegando também aos fios, na linha do “podrinho”, o cabelo com cara de quem não vê água e xampu há vários dias A modinha tem como fiéis representantes as atrizes Diane Kruger e Blake Lively, que vivem aparecendo em eventos com penteados de acabamento desgrenhado propositalmente.
... O que diz a Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Comissão Técnica de Assessoramento na Área de Cosméticos (CTAC), emitiu o seguinte parecer: “O lauril sulfato de sódio vem sendo usado ao longo dos anos para diferentes finalidades e usos distintos: banhos de espuma, cremes emolientes, depilatórios, loções para mãos, xampus, dentifrícios, além de produtos saneantes (detergentes domissanitários). Esse uso tem sido motivado em razão de suas propriedades detergente, molhante, espumógena, emulsificante e solubilizante. Apesar de apresentar potencial de irritação à pele, em formulações cosméticas essa característica pode ser atenuada em função da concentração utilizada, da associação entre os mesmos e das características da formulação pretendida para o produto final. O lauril sulfato de sódio não consta da lista de produtos carcinogênicos do National Toxicology Program (maio/2000) e nem do International Agency for Research on Câncer (IARC) (março/1999), este último, laboratório criado pela Organização Mundial da Saúde. Em documento do Cosmetic Ingredient Reviews, o lauril sulfato de sódio é seguro para uso em produtos de enxágue imediato. Para produtos que permanecem em contato prolongado com a pele, recomendou-se que a concentração não exceda 1%, por ser irritante. O CIR conclui que o lauril éter sulfato de sódio é seguro em concentração até 50%.”