Os participantes responderam a uma série de perguntas sobre o número de horas por semana em frente ao console, seus jogos preferidos e se haviam batido em alguém que os provocou ou aborreceu. As crianças também foram questionadas sobre sonhos em que atingiam alguém até machucar.
"O estudo revela que o fato de passar muito tempo jogando videogames violentos aumenta a longo prazo o comportamento agressivo independentemente do sexo, idade, grau de agressividade inicial dos indivíduos e a intervenção dos pais", escreveu Douglas Gentille, da Universidade de Iowa, principal autor da pesquisa.
Os resultados ilustram os efeitos dos videogames sobre a agressividade em todas as culturas e todas as idades, acrescentou Gentille. Tanto as crianças mais jovens quanto as maiores "foram afetadas de maneira significativa pelos videogames violentos e o estudo sugere que aqueles que começam a jogar mais cedo estariam mais propensos a ter pensamentos agressivos".
Os resultados são consistentes com teorias segundo as quais um dos elementos-chave do desenvolvimento das crianças de seis a oito anos são a aprendizagem social e as normas culturais como a rejeição da agressividade. Grande parte destes valores são adquiridos normalmente quando as crianças chegam à adolescência.
Já que uma grande quantidade de jovens e adultos utiliza videogames - mais de 90% dos jovens norte-americanos - "melhorar nossa compreensão sobre seus efeitos é um importante objetivo de investigação com implicações diretas na saúde pública e nas estratégias de intervenção para reduzir o impacto negativo", ressaltam os investigadores.
Para o professor Patrick Wolfe, especialista em estatística da University College London, "os autores do estudo sugerem, mas não demonstram, como os videogames violentos influenciam nos comportamentos agressivos desenvolvendo, com o passar do tempo, uma atitude mental agressiva". "É importante levar em conta que o que é analisado na pesquisa são respostas a perguntas sobre a conduta agressiva, não o comportamento agressivo em si", disse Wolfe, em comunicado.