Precursor da chiropatia no Brasil, que utiliza impulsos manuais para estimular músculos, vértebras e órgãos para a melhor circulação da raiz neurológica com a medula, Flávio Calixto diz que ela é uma ciência à parte, como tem a medicina alopata, homeopata, naturista e oriental. É a medicina chiropata. E para quem a confunde com a quiropraxia, ele explica as diferenças: “É dúvida comum. A chiropatia é um doutorado ao nível médico na ciência chiropática. A quiropraxia é uma profissão brasileira que não tem as qualificações de um doutor”.
Com quase 20 anos de carreira, Flávio Calixto explica que desenvolveu a própria técnica de tratamento, que “alcança 98% de êxito nos pacientes tratados”. Ele avisa que nem todos podem se submeter à chiropatia, “porque passaram do limite de tratar com segurança ou sofrem de uma doença que não tem a ver com coluna, como câncer, cisto na medula ou neurológica”. Flávio deixa claro que chiropatia se dedica à biomecânica da coluna, ou seja, é indicada para restabelecer os funcionamentos normais do órgão. “Nossos pacientes têm modificações da função da coluna, que ocorrem pela alteração mecânica. Há 10 anos você carrega a bolsa pesada no ombro esquerdo. A coluna entorta para a direita. Essa disfunção vai criar a dor.”
Flávio Calixto lembra que, sejam pequenas pontadas ou fortes incômodos, as dores nas costas podem ser o sinal de que algo mais grave ocorre. Essas queixas físicas são comuns, com intensidades variadas (leves ou extremas, rápidas ou constantes e com causas distintas). Ele lembra que a dor pode ter origem na coluna vertebral, músculos, nervos ou a partir de outras estruturas na região e se irradiar a partir de órgãos como rins ou ovários. Por isso, antes de iniciar tratamentos tradicionais, ele assegura que a chiropatia tem de ser levada em consideração. “Temos de buscar a causa, não matar quem avisa sobre o problema. A dor é uma boa amiga, ela diz que algo está errado. Estudos comprovam que, se tirássemos a dor do ser humano, não chegaríamos aos 10 anos. Uma vez que a ouvimos, precisamos nos certificar se a dor é aguda, crônica, temporária ou intermitente. Depois, é hora do diagnóstico.”
A chiropatia, segundo esclarece o médico, não é uma técnica de massagem, como muitos pensam. O chiropata tem conhecimentos sobre a coluna, como um cardiologista tem do coração. “É uma ciência preventiva e recuperadora. Por meio dela, é possível manter a saúde das articulações e garantir a defesa do organismo, já que ela restabelece a comunicação entre corpo e cérebro.”
MÃOS
Com as mãos, Flávio destaca que restabelece a função normal de cada vértebra. Não há remédio que endireite a coluna. A situação é mecânica. A fisioterapia ou outras técnicas de movimento são fantásticas, mas para manter a coluna boa ou para a prevenção. Agora, escoliose, hiperlordose, enfim, os desvios, nenhum deles vai restabelecer sem a chiropatia, que atua onde a mecânica foi alterada.” A procura pela chiropatia só aumenta devido a sua eficácia na prevenção e no tratamento de doenças como hérnia de disco, bico-de-papagaio e artrose, comum nas pessoas mais idosas. Na adolescência, ela ajuda na melhora de problemas relacionados à má postura, como escoliose e lordose.
Flávio alerta que “não é uma panacea. Há um programa de tratamento com três etapas: o primeiro é agudo, com foco na dor. O segundo, a reabilitação, que é reestruturar e fazer o tratamento ficar permanente, com a fortificação muscular e o alongamento da coluna. E o terceiro é a manutenção, necessária ao paciente. Recomendo uma vez por mês ou a cada 90 dias.”
De acordo com Flávio, “a coluna é um ‘órgão’, porque armazena a medula, com a função de protegê-la, e faz parte do sistema nervoso central. Por isso, tem de ter manutenção sempre, porque a usamos demais, até dormindo. A coluna é o armazém de parte do cérebro, que é a medula”. Ele reforça que a chiropatia é um tratamento seguro, o terceiro mais comum no mundo e para todas as idades.” Uso as mãos e, se preciso, apenas como auxílio, uso algum aparelho em que me apoio para quantificar a profundidade do tratamento.”
O Instituto Brasileiro de Coluna é em Curitiba, mas Flávio Calixto vai expandi-lo para outros estados. “Queremos que mais pessoas conheçam nossas soluções e evitem métodos agressivos. Por isso, vamos oferecer o negócio por meio de franquias, formatadas pela Global Franchise. É um excelente nicho para profissionais da área da saúde, como fisioterapeutas, médicos e profissionais de educação física. Ensinaremos toda nossa ciência e técnica exclusiva, além de dar suporte.” Contato: www.institutobrasdecoluna.com.br.
Um cuidado a mais
Debora Keller B. Souto, engenheira cartógrafa
“Tenho malformação da quinta vértebra lombar. Ela tem de ser redonda e a minha é meio ovalada, o que caracteriza o início de uma hérnia de disco. Passei por um estresse e torci a coluna dormindo, de forma involuntária. Comecei a sentir dores horrorosas e fiquei uma semana sem andar, a coluna travou. Procurei um ortopedista e fiz fisioterapia. No entanto, a melhora foi leve, praticamente não resolveu. A dor permanecia recorrente e continuava a me incomodar e, apesar das várias sessões. Um amigo canadense chiropata falou para eu procurar um profissional da chiropatia no Brasil. Pesquisei e encontrei o dr. Flávio Calixto. Há sete anos fiz o tratamento agudo e, agora, uma vez por ano, mantenho uma consulta para manutenção, pura profilaxia, um cuidado comigo. Nunca mais senti dor, não sei o que é dor na coluna. Como dizem as pessoas do interior, ele tirou a dor com as mãos. Aliás, no primeiro dia, na consulta, ele me aplicou uma sessão, um paleativo, que me fez dormir todo o fim de semana, tamanho o alívio. Cheguei até a perder peso e recuperei minha qualidade de vida.”
É preciso se policiar
Rodrigo D’Alessandro, presidente da Sociedade Brasileira de Coluna, Regional Minas Gerais
“A chiropatia é bastante difundida nos Estados Unidos. É uma sociedade organizada, com publicações sérias e trabalhos científicos bem conduzidos. No Brasil, não é tão propagada. Há poucos profissionais e, geralmente, se não estou equivocado, desperta maior interesse nos fisioterapeutas. É preciso ter cuidado com pessoas que não têm conhecimento e aplicam a técnica, já que, se for errada, pode piorar o quadro clínico. Nos EUA é uma especialização levada muito a sério e com bons resultados. A dor de coluna é bem frequente e está associada à má postura do dia a dia, ao envelhecimento (aumento da longevidade e o aparecimento da artrose), a determinadas doenças como o câncer (metástase e o aumento da sobrevida) e a obesidade (além da sobrecarga do peso, há o aparecimento precoce da artrose nos adolescentes). Ainda há uma teoria de essa frequência de dor estar ligada ao desenvolvimento humano e sua postura bípede (a maioria dos mamíferos é quadrúpede, apoiando as quatro patas no solo com excelente estabilidade. A dor nas costas surgiu quando o homem ficou de pé). O segredo para evitá-la é ter um velhice saudável, estimular a atividade física desde a infância para que faça parte da vida inteira, não ter sobrepeso, ter boa postura, não fumar, porque causa artrose, e carregar peso de forma adequada. Enfim, se policiar.”