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Embora as doações venham crescendo ano a ano, o número é baixo de acordo com o ortopedista Rafael Prinz, chefe do Banco de Tecidos do Into, se comparado a outros órgãos, como rim e fígado.
Ele explica que há resistência da família em doar os ossos do paciente falecido, por morte encefálica ou parada cardíaca. “Infelizmente a recusa por esse tipo de doação chega a 50% entre os possíveis doadores. O maior empecilho é o desconhecimento da população sobre os benefícios que esse gesto pode trazer para os doentes”.
O ortopedista diz que uma doação pode beneficiar cerca de 30 pessoas. Há casos em que a reconstrução de uma lesão ou até a substituição de um osso inteiro evita a amputação em pacientes com câncer.
Na doação, os ossos dos membros inferiores e superiores são substituídos por material sintético, mantendo a forma e a aparência do doador preservada para o sepultamento. Os ossos das mãos, face e crânio não são retirados em nenhuma hipótese, segundo ele.
Os enxertos ósseos beneficiaram pacientes de dez estados em 2013: Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Ceará. Do total de enxertos, 82% foram para o Rio, Paraná e Santa Catarina, estados que mais utilizaram o serviço no ano passado.
O Banco de Tecidos do Into, criado em 2002, é responsável pela captação, processamento e distribuição de ossos, tendões e meniscos para utilização em cirurgias de transplantes na área da ortopedia e odontologia.
Os futuros doadores devem expressar, em vida, sua vontade de doar ossos e comunicar à família. É preciso ter entre 18 e 70 anos de idade e não ter sido vítima de câncer ósseo, osteoporose ou doença infecciosa transmitida pelo sangue (como hepatite, aids, malária). Não é permitido doar quem, há menos de um ano, tem tatuagem, e fez uso prolongado de corticoides, acupuntura ou recebeu transfusão sanguínea.