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Estudo mostra que exercício melhora desempenho do cérebroExercício físico é tão eficaz quanto remédios para algumas doenças, mostra estudoExercícios físicos podem ajudar quem tem insônia, mas efeitos vêm a longo prazo'Doença de cobre' faz jovem desmarcar casamentoTerapia com células-tronco dá esperança a quem sofre com perda da visão por causa da idadeFisioterapia neurofuncional ajuda melhorar a função física de pacientes com problemas neurológicosExercícios físicos tiram do corpo substância depressiva Praticar exercícios físicos regularmente traz benefícios mesmo se você começar tardeAulas especializadas ajudam adultos a vencer o medo de nadar“No caso das doenças do sistema nervoso central, como Alzheimer e Parkinson, a atividade física é benéfica porque protege o cérebro”, afirma o neurologista Nasser Allen, pesquisador do Laboratório de Neurociências e Comportamento da Universidade de Brasília. “O exercício físico aumenta a produção de substâncias que atuam na proteção das células do cérebro, prolonga a vida dessas células e previne que elas entrem num processo de morte”, completa.
Todos esses processos são benéficos para as funções cognitivas dos pacientes. “São funções relacionadas ao pensamento, como memória de curto e longo prazos, atenção, cálculo, noção de tempo e de espaço e memória operacional e de trabalho — lembrar onde você estacionou o carro, por exemplo”, explica Allen. Ainda de acordo com o médico, a atividade aeróbica melhora a irrigação sanguínea no cérebro, o que previne o surgimento de demências.
Diagnosticado com Parkinson há quatro anos, Carlos Jorge Tinoco de Carvalho, 51 anos, perdeu o controle urinário e tem dificuldades para escrever e digitar — ele chega a tomar mais de 10 comprimidos por dia em razão dos comprometimentos. Ainda assim, manteve-se ativo depois de descobrir a doença.
Sabe-se que o exercício aeróbico favorece a conexão entre os neurônios, aumentando a capacidade de aprendizagem e adaptação. O mesmo ocorre quando o cérebro é estimulado com exercícios mentais, como jogos de estratégias e aprendizado de idiomas. “O tratamento das doenças degenerativas vai combinar tudo isso: exercícios para o corpo e para o cérebro com o uso de remédios”, explica o especialista Nasser Allen.
Eliana Vidal de Andrade, 61 anos, frequenta a academia três vezes por semana como parte do tratamento, que inclui também terapia cognitiva e medicamentos.
“Como ela já se exercitava antes da doença, ainda lembra o caminho e consegue ir à academia sozinha”, conta Érica. Ela diz ainda que a mãe adora fazer os exercícios e costuma ficar pronta para as atividades com horas de antecedência. “Ela nunca se esquece de ir malhar e volta sempre mais animada.”
Vaidoso aos 83 anos, o servidor público aposentado Lélio Raphanelli levou para a terceira idade o cuidado com o corpo que teve a vida inteira. “Melhora o humor, a vida pessoal, melhora tudo”, comenta sobre os exercícios físicos. “Com o passar dos anos, a gente sente que nunca está imune ao aparecimento de qualquer doença, então é melhor cuidar do corpo e da mente”, diz Lélio. Ele revela como mantém o cérebro ativo: “Adoro fazer palavras cruzados e estou sempre viajando. Gosto de conhecer os palácios, a história e a gastronomia dos lugares”.
Esse tipo de preocupação é uma tendência em franco crescimento nas academias, afirma o personal trainner Alexandre Pereira.
Três ótimos motivos para não ser sedentário:
-Ao atrasar o avanço das doenças degenerativas, os exercícios permitem que o paciente preserve por mais tempo a memória e a noção de tempo e espaço. O sono mais equilibrado, consequência do exercício físico, também favorece as capacidades cognitivas.
-A prática de atividades físicas tem um lado preventivo, pois possibilita a formação de novas conexões no cérebro. Isso é muito importante diante de doenças como Alzheimer, cuja principal característica é a perda progressiva de conexões neurais.
-Trabalhar o corpo favorece a produção de hormônios que dão sensação de bem-estar, como a endorfina. Por isso, quem faz exercícios regularmente fica mais alegre e estável, menos sujeito a ansiedade e depressão..