

Com um currículo desses, o pescado ganhou ainda, nos dias de hoje, uma outra função: a prevenção contra a baixa de vitamina D. Essa tal vitamina, que atualmente parece estar em falta em toda a população, está presente em grande quantidade nesse “peixe do povo”. Tanto é que seu consumo é indicação recorrente para os pacientes da diretora do Conselho Regional de Nutrição de Minas Gerais e nutricionista geriatra, Elizabeth Chiari. “Ele é muito rico em nutrientes. A vitamina D auxilia na absorção do cálcio, e a sardinha também é rica em cálcio. O consumo ajuda na prevenção e também no tratamento de quem sofre deficiência da vitamina D”, defende.
Outro ponto forte desse pescado é o tão falado ômega-3. Muita gente pode estranhar, porque é comum pensar que esse nutriente é típico de peixes de águas gélidas e profundas. E como a sardinha, que aprecia temperaturas amenas, seria tão rica em ômega-3? “Pesquisas mostram que a sardinha passa por várias marés de água quente e fria e usa ômega-3 como combustível energético. Ela não é como os outros peixes, que comem algas para obter o omega-3. É provável que, por isso, ela seja tão rica nesse nutriente”, explica a nutricionista e professora do curso de nutrição do Centro Universitário UNA, Cristiane Loreiro, que lembra que, recentemente, esse pescado ganhou o ranking dos peixes saudáveis, dividindo o pódio com o salmão e outros peixes nobres.
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CONSUMO
De acordo com Cristiane, a forma in natura permite uma absorção maior de ômega-3. “O interessante é consumir os enlatados com molho de tomate. Nesses casos, o tomate serve como conservante e não é usado sal. Para aqueles que vão consumir a sardinha em lata com óleo, o ideal é desprezá-lo. A dica mais importante é nunca fritar o pescado, que perde todas as propriedades funcionais e o ômega-3 não estará presente”, alerta. No caso do animal in natura, outro conselho é potencializar a ação do ômega-3, usando azeite extravirgem e salsinha depois de assar ou grelhar o peixe.
Na vida da nutricionista Cristiane, esse consumo é frequente. “Sempre faço uso da sardinha depois das atividades físicas, pois ela é rica em proteína e tem mais cálcio que um copo de leite. Então, amasso bifes com ervas, fazendo uma espécie de patê e ponho no sanduíche natural”, ensina. Ainda segundo ela, para quem faz atividade física é interessante incluir o peixe na alimentação. O ideal, de acordo com as profissionais, é consumi-lo até três vezes por semana. Entre os benefícios para a saúde estão a prevenção da depressão, doenças do coração, do pulmão e o fortalecimento da memória.

Sardinha assada com crosta de gergelim - (Pode ser utilizado os filés ou o peixe inteiro)
Ingredientes
» 500g de filé de sardinha ou 5 sardinhas
» Sal a gosto
» 2 limões
» 4 colheres de sopa de ervas secas (salsinha, cebolinha, coentro, entre outros)
» 4 colheres de sopa de gergelim claro ou escuro
» Azeite extravirgem
Modo de preparo
» Limpe as sardinhas tirando suas escamas. Misture em uma vasilha o sal e as ervas secas.
» Regue as sardinhas com o suco dos limões e tempere utilizando a mistura acima.
» Acrescente o gergelim, deixando uma crosta sob as sardinhas. Deixe descansar por cinco minutos.
» Asse por cinco minutos em fogo alto. Acrescente um fio de azeite extra virgem após assado.
» Servir acompanhado de salada de folhas e um purê de batata.
Fonte: Elizabeth Chiari, diretora do Conselho Regional de Nutrição de Minas Gerais e nutricionista geriatra