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Por causa das condições climáticas favoráveis, entre os meses de novembro e maio é quando se observa a maior concentração no número de casos. No entanto, nesta terça-feira, o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Silveira, declarou em entrevista coletiva que a falta de chuvas entre o fim de 2013 e início de 2014 pode ter contribuído para a melhoria no quadro da doença em Minas. Para se ter uma ideia, em janeiro e fevereiro do ano passado o estado registrava 30 mil casos e mais de 35 óbitos. Na ocasião, ele anunciou investimento de R$ 32,6 milhões ao enfrentamento da dengue em 778 municípios selecionados.
No entanto, o Ministério da Saúde (MS) alerta que, para além das iniciativas governamentais é importantíssimo que a população colabore para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. Um dado curioso sobre Aedes aegypti, segundo o MS, é o de que em 45 dias de vida, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas. Outra estatística alarmante é que o ovo do mosquito da dengue pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o local onde ele foi depositado estiver seco. Dessa forma, não é suficiente eliminar a água, como muita gente pensa. É necessário também lavar os recipientes com água e sabão. Caso contrário, se o local receber água novamente, o ovo ficará ativo e pode atingir a fase adulta entre 2 e 3 dias.
Se por um lado, os brasileiros não se mobilizam para minar os focos da dengue, por outro, as soluções caseiras para espantar o mosquito e evitar a picada são muito difundidas e aceitas (clique aqui e leia sobre a ação dos repelentes no combate à dengue). “O poder público tem papel fundamental nas ações de controle da dengue. Porém, as pesquisas larvárias indicam que a grande maioria dos focos de larvas do Aedes aegypti está em residências ou imóveis onde há um responsável no momento da visita do agente. No entanto, esse responsável não foi capaz de evitar o foco. Além disso, sabemos que os principais depósitos são pratinhos de vasos de planta, lixo mal eliminado ou acondicionado e bebedouros de animais. Esses reservatórios são de natureza doméstica, portanto, cuidados simples evitariam os focos da doença. São dados que elucidam a importância da participação da população no controle da dengue”, afirma Geane Andrade.
A Coordenadora Estadual do Programa de Controle Permanente da Dengue da SES-MG aponta que algumas estratégias de combate à dengue podem, inclusive, ser perigosas. Uma delas é a conhecida armadilha feita com garrafa pet com o objetivo de aprisionar o mosquito da dengue (clique aqui e saiba mais sobre a invenção). “Essa armadilha, se mal manuseada, poderá acumular água e se tornar um foco de larvas de Aedes aegypti”, observa Geane Andrade. Outra atitude perigosa é o uso de inseticidas. Apesar de alguns tipos terem efeito comprovado sobre o mosquito da dengue (saiba mais), é importante consultar um especialista para saber se o produto não oferece risco ao ser humano.
O Saúde Plena listou as soluções caseiras mais difundidas contra a dengue para mostrar o impacto dessas estratégias. Diante do dilema do papel da população no combate à doença convidamos à reflexão: vale a pena investir em atitudes que têm eficácia questionada? Por que não abraçar de uma vez por todas a causa da eliminação definitiva dos focos?
Veja o que é mito e o que é verdade: