O exame reduz em média de 35 para 12 dias a janela imunológica – tempo em que o vírus permanece indetectável – no caso da hepatite C e de 22 dias para dez dias, no caso do HIV. O presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Dimas Tadeu Covas, é importante que os órgãos responsáveis garantam a aplicação do teste em todo sangue a ser usado em transfusões.
“Agora a Vigilância Sanitária, por meios dos órgão municipais, deve observar essa necessidade. Não seria admissível haver sangue com e sangue sem Nat, após essa portaria. Quem não respeitar a normativa estará fora da lei”, disse o médico.
Para Covas, o próximo passo agora é que Nat inclua também o vírus HBV, da hepatite B, doença transmissível por relações sexuais, contato com sangue e materiais cortantes infectados.
“A ABHH luta há mais de dez anos para que essa medida fosse implementada, então é um enorme avanço para a segurança transfusional no país. Mas continuamos lutando para que o Nat seja ampliado para incluir a hepatite B, que é tão importante quanto a hepatite C”.
O médico informou que com base nas prevalências sorológicas, a estimativa é de que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo tenham hepatite B e 300 milhões apresentem infecção crônica por este vírus, sendo 600 mil o número das mortes decorrentes direta ou indiretamente desta infecção. No Brasil, a estimativa é de que cerca de 800 mil pessoas tenham o vírus tipo B.
A hepatite B e a dengue serão os novos alvos do teste segundo o BioManguinhos, laboratório da Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde, que desenvolve o kit no Brasil. De acordo com a Fiocruz, foram identificadas mais de dez janelas imunológicas