Mico no início das aulas, que nada! Para se livrar das dores, o estudante Matheus Nolasco Miranda Soares, de 12 anos, só transporta o material escolar em mochila com rodinhas. Agora, levar para o colégio cinco livros, cinco cadernos, estojo, agenda, garrafa de água e merenda deixou de ser um sacrifício. “Comecei a perceber que doíam as costas, o quadril e os joelhos sempre quando agachava, às vezes sentia a dor no cotidiano. Com a mochila de rodinhas, notei bastante diferença: nada mais dói”, comenta. A moda é não sobrecarregar a coluna e carregar apenas o necessário para o dia. Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados propõe limitar o peso da mochila a 15% do peso corporal do estudante.
“Qualquer sobrecarga em um esqueleto imaturo pode trazer consequências. Além do excesso de peso, o mau uso da mochila leva a alguns sintomas que não são comuns nesta fase da vida”, alerta o ortopedista Cristiano Magalhães Menezes, membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). O transporte incorreto do material escolar pode desencadear desde vícios posturais, que ocorrem quando determinados grupos musculares apresentam encurtamento para dar conta da mochila, até quadros mais avançados de dor, principalmente na região lombar. Os maiores erros dos estudantes, de acordo com o especialista, são manter a mochila em altura inadequada, carregá-la em um ombro só e levar objetos desnecessários.
O fisioterapeuta da Clínica Da Matta Fisio André Ribas percebe que o peso da mochila é uma das principais causas de dor nas costas em crianças e adolescentes, sintoma que se agrava com a falta de atividade física. “Eles estão com a vida mais sedentária. Passam muito tempo sentados estudando, carregam a mochila pesada na ida e na volta da escola e sentam de novo para ver televisão e usar o computador”, pontua. A longo prazo, a sobrecarga pode gerar vários problemas na coluna, entre eles escoliose, quando o corpo entorta para um lado, hiperlordose e hipercifose, caracterizadas pelo aumento da curvatura da lombar e do pescoço, respectivamente, além de hérnia de disco.
Para o ortopedista, a melhor maneira de evitar consequências é carregar uma carga adequada. “As crianças mais velhas têm condição de avaliar com os pais o que realmente precisa ser levado para o colégio, mas o ideal seria utilizar armário ou escaninho para não transportar tanto material escolar”, opina. Recomenda-se também ajustar as alças para que a mochila fique acima da região lombar e utilizar o fecho adicional, como se fosse uma cinta, para aliviar a carga. Menezes é a favor das mochilas com rodinhas para que o esforço da criança seja menor. Já o fisioterapeuta André Ribas pede para os pais procurarem ajuda caso observem curva na coluna ou postura com cabeça, ombros e braços para a frente.
Veja o que diz o projeto de lei:
» O peso dos materiais escolares transportados em mochilas
ou similares pelo estudante da educação básica não
poderá ser superior a 15% do seu peso corporal.
» A aferição do peso do estudante será feita mediante
autodeclaração escrita, em se tratando de aluno do
ensino médio, ou por declaração dos pais ou responsáveis, no caso da educação infantil e do ensino fundamental.
» A instalação de armários nas escolas de ensino
fundamental e médio, para utilização pelos estudantes, será considerada na definição dos insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
“Qualquer sobrecarga em um esqueleto imaturo pode trazer consequências. Além do excesso de peso, o mau uso da mochila leva a alguns sintomas que não são comuns nesta fase da vida”, alerta o ortopedista Cristiano Magalhães Menezes, membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC). O transporte incorreto do material escolar pode desencadear desde vícios posturais, que ocorrem quando determinados grupos musculares apresentam encurtamento para dar conta da mochila, até quadros mais avançados de dor, principalmente na região lombar. Os maiores erros dos estudantes, de acordo com o especialista, são manter a mochila em altura inadequada, carregá-la em um ombro só e levar objetos desnecessários.
O fisioterapeuta da Clínica Da Matta Fisio André Ribas percebe que o peso da mochila é uma das principais causas de dor nas costas em crianças e adolescentes, sintoma que se agrava com a falta de atividade física. “Eles estão com a vida mais sedentária. Passam muito tempo sentados estudando, carregam a mochila pesada na ida e na volta da escola e sentam de novo para ver televisão e usar o computador”, pontua. A longo prazo, a sobrecarga pode gerar vários problemas na coluna, entre eles escoliose, quando o corpo entorta para um lado, hiperlordose e hipercifose, caracterizadas pelo aumento da curvatura da lombar e do pescoço, respectivamente, além de hérnia de disco.
Para o ortopedista, a melhor maneira de evitar consequências é carregar uma carga adequada. “As crianças mais velhas têm condição de avaliar com os pais o que realmente precisa ser levado para o colégio, mas o ideal seria utilizar armário ou escaninho para não transportar tanto material escolar”, opina. Recomenda-se também ajustar as alças para que a mochila fique acima da região lombar e utilizar o fecho adicional, como se fosse uma cinta, para aliviar a carga. Menezes é a favor das mochilas com rodinhas para que o esforço da criança seja menor. Já o fisioterapeuta André Ribas pede para os pais procurarem ajuda caso observem curva na coluna ou postura com cabeça, ombros e braços para a frente.
Veja o que diz o projeto de lei:
» O peso dos materiais escolares transportados em mochilas
ou similares pelo estudante da educação básica não
poderá ser superior a 15% do seu peso corporal.
» A aferição do peso do estudante será feita mediante
autodeclaração escrita, em se tratando de aluno do
ensino médio, ou por declaração dos pais ou responsáveis, no caso da educação infantil e do ensino fundamental.
» A instalação de armários nas escolas de ensino
fundamental e médio, para utilização pelos estudantes, será considerada na definição dos insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.