“A possibilidade desse paladar ser mantido dali pra frente é muito grande. Sem contar que há uma oferta essencial de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento desta criança. Vitaminas, minerais e fibras são tão importantes na vida infantil como na adulta”, alerta Clarissa. Claro que essa justificativa não é suficiente para fazer os pequenos abrirem a boca e degustarem uma boa garfada de vegetais. Negociação e uma boa dose de criatividade são armas que devem ser usadas sem restrição.
“A criança deve ter consciência do que está no prato. Criar desenhos e fazer com que a criança participe da montagem da refeição é uma estratégia de convencimento. Uma boca de tomate, nariz de cenoura e outras montagens podem conquistá-la”, reconhece.
Bater uma vitamina e chamá-la de Cinderela pode convencer as aspirantes a princesa a provar novos sabores. O importante é ser transparente quanto aos ingredientes presentes ali. “Se o pai coloca beterraba camuflada no feijão e o filho descobre a presença do legume, pode criar uma recusa ao próprio feijão”, alerta Clarissa. O tiro pode então sair pela culatra, fazendo com que outros alimentos sejam deixados de lado para que sejam evitadas surpresas.
Alimentos já reconhecidos pelas crianças como naturalmente saborosos podem virar aliados. Sorvetes e picolés estão entre eles. “A ideia é buscar a combinação entre sorvetes e frutas. Em vez de usar as famosas coberturas chocolate e jujuba, substituí-las por frutas seria uma alternativa para familiarizar o paladar”, orienta o gerente industrial e engenheiro de alimentos da Salada, Thiago Bernardes. Procurar opções de sorvetes à base de frutas e água é uma importante alternativa para fugir do excesso de gordura e calorias.
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E por que não convidar os pequenos para criar o próprio sorvete saudável? “Pode ser também um picolé de iogurte com frutas vermelhas, por exemplo. É interessante associar um alimento que a criança goste com algo saudável”, observa Clarissa. Colocar pedaços da fruta no suco também pode ser uma forma de quebrar a primeira barreira contra o produto in natura. “Envolver os pequenos na produção da própria comida é outra estratégia. Eles se sentem responsáveis por aquilo que criaram e estabelecem um vínculo maior com a refeição. É o estímulo que precisam para experimentar”, observa Clarissa.
Referência desde cedo - Luciana Batista - nutricionista da Comer Brincando
“As crianças se espelham muito nos pais. A partir do momento em que eles têm uma alimentação adequada, os filhos também terão. Se não há uma referência boa, um exemplo em casa, a criança vai seguir o mesmo caminho. Por isso a importância dos pais em também estabelecerem uma rotina alimentar. Esse hábito deve começar bem cedo, quando a criança está começando as experiências com alimentos. Quando a papinha começa a fazer parte das refeições, é preciso insistir. Se a criança recusa uma, duas, três vezes, não é sinal de que não goste.”