Os cientistas descobriram que o DDE, metabólito persistente do DDT, apareceu em concentrações quatro vezes maiores em pacientes com Alzheimer do que em seus pares saudáveis. Ter níveis altos de DDE também aumenta em quatro vezes o risco dedesenvolver Alzheimer, segundo o estudo que comparou 86 pacientes com Alzheimer a 79 pessoas em idade avançada.
Os pacientes estudados procediam dos estados americanos do Texas e da Geórgia, com idade média de 74 anos, de acordo coma pesquisa publicada periódico Neurology, do Jornal da Associação Médica Americana (JAMA). Especialistas externos advertiram que o tamanho da amostra era pequeno e que seria necessário fazer mais pesquisas.
"As descobertas devem ser um estímulo para futuras pesquisas usando métodos epidemiológicos mais rigorosos, mas por si só, não dão uma evidência forte de um risco", disse David Coggon, professor de medicina ocupacional e ambiental da Universidade de Southampton na Grã-Bretanha.
As diferenças nos níveis de DDE foram observadas na amostra do Texas, mas não na Geórgia, observou um editorial no 'JAMA Neurology' por médicos da Universidade da Pensilvânia e da Universidade da Virgínia. Os redatores do editorial, Steven DeKosky e Sam Gandy, observaram que a pesquisa deveria ser considerada "preliminar até que haja uma confirmação independente em outras populações".
Pouco se sabe sobre as causas do mal de Alzheimer, uma doença que afeta cinco milhões de pessoas só nos Estados Unidos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 35 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem hoje com demência. "Este é um dos primeiros estudos a identificar um forte fator de risco ambiental para o mal de Alzheimer", afirmou em um comunicado o co-autor do estudo, Allan Levey, diretor de Neurologia da Escola de Medicina da Universidade Emory. "O imenso impacto potencial para a saúde pública de se identificar uma causa evitável do mal de Alzheimer justifica a realização de mais estudos urgentemente", concluiu.